EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Escolas no Marajó dão exemplo de combate ao racismo

Na Ilha do Marajó, os municípios de Soure e Salvaterra são os que mais avançaram no combate à discriminação racial. É lá onde ocorre uma das experiências de educação contra o racismo mais significativas no Estado. Trata-se da "Semana Integrada de Combate ao Racismo no Marajó". A atividade sensibiliza a sociedade para atuar no enfrentamento ao racismo, destacando a escola como espaço multicultural. "Assim se enfrenta a produção do silêncio acerca da existência do racismo na sociedade brasileira e no cotidiano escolar, ampliando a visibilidade e a voz daqueles que lutam contra o racismo", declarou o professor Amilton Sá Barretto, da Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial (Copir), da Secretaria de Estado de Educação.



As equipes organizadoras da Semana "mobilizam as escolas de forma extraordinária", diz o coordenador , segundo qual o Projeto está em sintonia "com o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana, principalmente no que se refere a pontos das orientações para Educação Básica, no Capítulo7".

O professor cita como exemplos pontos como o que "aborda a temática étnicorracial como conteúdo multidisciplinar e interdisciplinar durante todo o ano letivo, buscando construir projetos pedagógicos que valorizem os saberes comunitários e a oralidade, como instrumentos construtores de processos de aprendizagem; e o que orienta como propiciar, nas coordenações pedagógicas, "o resgate e acesso a referências históricas, culturais, geográficas, linguísticas e científicas nas temáticas da diversidade".

Amilton aponta outras sintonias do Projeto com o Plano Nacional, como "apoiar a organização de um trabalho pedagógico que contribua para a formação e fortalecimento da auto-estima dos jovens, de docentes e demais profissionais da educação e contribuir para o desenvolvimento de práticas pedagógicas reflexivas, participativas e interdisciplinares, que possibilitem ao educando o entendimento de nossa estrutura social desigual".

Para trabalhar, com o alunado, a convivência com a diversidade cultural, regional e etnorracial, a Diretora de Ensino Infantil e Fundamental (Deinf), Ana Claudia Serruya Hage, tem difundido entre as unidades de ensino orientações quanto "a aderência às diretrizes curriculares nacionais, as quais apontam para a prática da diversidade e o reconhecimento da alteridade como elemento fundante da sociedade", diz acrescentando que "a ação pedagógica é materializada por meio de oficinas, seminários, jornadas pedagógicas, feiras e eventos recreativos e interativos, tais como os jogos escolares, eventos culturais, e outros".

Segundo Amilton, a Seduc estimula as escolas a implementar a Lei 10.639/2013, que trata sobre a inclusão no currículo oficial de toda a rede de ensino brasileira a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira. "Para isso, fazemos formação continuada de professores e professoras para construção de planos de curso, palestras nas escolas para toda a comunidade escolar para superação e enfrentamento ao racismo, projetos específicos sobre educação quilombola e etnicidade", diz o professor Barretto.

Magali Sousa, da Diretoria de Ensino Médio tem uma prática para promover a igualdade etnorracial e de gênero na comunidade escolar: "Muita leitura, pesquisa sobre os temas e trabalhos voltados sob a ótica da ética, fazendo com que os alunos analisem que a raça ou etnia não determinam o caráter de uma pessoa", ensina a educadora e encerra com um alerta: "A importância de respeitar as diferenças deve ser ensinada desde os primeiros anos de vida e se prolongar enquanto a pessoa viver, pois é na infância que o indivíduo está mais sensível aos valores de igualdade".


Texto: Celival Lobo
Fonte: Site da SEDUC

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