EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Convite para reunião do FOPEDER Pará

Participe da Reunião do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial do Pará - FOPEDER*.

Data: 28 de novembro de 2017

Hora: 14h

Local: Sala de Reunião do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Pará - IFPA.

Endereço: Av. Almirante Barroso, s/n , Marco, Belém/PA.

Esta reunião faz parte da programação do II Seminário de Educação para as Relações Étnico-raciais da COPIR.

Proposta de pauta:
- Confirmação de entidades que compõem o FOPEDER.
- Composição da Coordenação Colegiada (conforme Título II, Seção II, do Regimento do FOPEDER), que deve ter: Coordenador/a executivo/a, Secretaria geral, Comunicação e articulação, Estudos e pesquisas, Assuntos de quilombo e Coordenação pedagógica.
 - Listagem de entidades para convite de participação no FOPEDER.
- Levantamento de propostas de ações imediatas.

*O FOPEDER é uma instância voltada para a articulação e definição de políticas públicas, comprometidas com a implementação das alterações da LDB pela Lei 10.639/03 e outros temas correlatos com a temática étnico-racial e de gênero, na área da educação e cultura em toda rede pública e privada do Estado do Pará.

O racismo não implica apenas a exclusão de uma raça por outra, ele sempre pressupõe que a exclusão se faz para fins de dominação” 
Steve Biko

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Grupo ACena apresenta: “Deixe-me ser tambor”

Espetáculo é encenado em duas sessões no Teatro Cláudio Barradas

 

A Associação Cultural e Esportiva de Negros e Afrodescendentes da Amazônia – ACENA realiza o seu mais novo espetáculo, intitulado “Deixe-me Ser Tambor”, uma ode em busca da liberdade plena, da autoafirmação, e do empoderamento da raça negra, e da cultura de matriz africana. A peça será encenada no sábado (28) e domingo (29), no Teatro Cláudio Barradas, em duas sessões. A primeira, às 18h e a segunda, às 20h.

Com um texto e direção de Harles Oliveira, Deixa-me Ser Tambor traz uma releitura, dramático-poética, que tem como base as obras de dois escritores e poetas negros, Bruno de Menezes e José Craveirinha. De Bruno de Menezes, principal representante da escola modernista no Pará, abordar-se-á o universo afro amazônico, a cultura, e a religiosidade dos negros escravizados na Belém de outrora, presentes no livro Batuque.

Da obra de José Craveirinha, natural de Moçambique, considerado como um dos mais reconhecidos poetas da língua portuguesa, e um dos maiores escritores africanos, far-se-á uma narrativa inspirada nos conflitos existenciais, vivenciados pelos negros na sociedade universal contemporânea, presente na poesia “Eu Quero Ser Tambor”.

Deixa-me Ser Tambor é um projeto premiado pelo 4º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras, que é uma iniciativa realizada pelo CADON – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves. Este projeto tem o patrocínio da Petrobrás, a produção é da ACena, e tem parcerias da Fundação Cultural Palmares e do Governo Federal. O ingresso para o espetáculo custa R$ 20 (com meia entrada para estudantes).


 

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Afro-Pará certifica turma em Eldorado dos Carajás

Aconteceu nos dias 27 e 28 de setembro de 2017, no município de Eldorado de Carajás, Pará, o terceiro e último módulo do Projeto Afro Pará: Formação de Professores em História e Cultura Afro-brasileira e Amazônica.
A formação, contou com a participação de professores/as e gestores/as das escolas da Rede Estadual e Municipal de Ensino. Durante a formação, foram promovidas  discussões,  que serviram de base para a elaboração do Projeto Ação, que será desenvolvido pelos professores participantes do curso, em suas respectivas escolas de atuação.
Como proposta de trabalho do encontro, foi realizado a dinâmica Teia da Diversidade, bem como exibição de slides e vídeos. Ao final, os participantes foram contemplados com o certificado de 120h de curso.
O Projeto Afro-Pará é desenvolvido pela Copir/Saen/Seduc e foi ministrado por Márcia Helena Alves do Carmo e Maria Drusilene Lisboa Melo, Especialistas em Educação da Copir.


sábado, 7 de outubro de 2017

Portel tem formação em educação escolar quilombola

 
Aconteceu de 03 a 06 de outubro, na cidade de Portel, a execução do Projeto Educação, Etnicidade e Desenvolvimento: Fortalecimento de Alunos e Alunas Quilombolas na Educação Básica. Nesta fase do projeto enfatiza-se a formação de profissionais da educação que atuam em escolas quilombolas ou em escolas que recebem estudantes oriundos das comunidades remanescentes, conforme determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Quilombola, instituídas pela Resolução 08/2012 do Conselho Nacional de Educação.

Contando com a eficiente parceria entre a Coordenação de Educação Quilombola da Secretaria Municipal de Educação de Portel (SEMED) e a Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Educação do Pará (COPIR/SEDUC), o projeto atendeu mais de 120 profissionais da educação, que vieram de comunidades quilombolas, ribeirinhas e da sede do município.

Na cerimonial de abertura do encontro, registrou-se na mesa a participação do secretário municipal Joaquim Queiroz (representando o prefeito), secretário de Cultura Maike David, professor Manoel Francisco (representando o secretário de Educação), professora Elizângela Vasconcelos (coordenadora de Educação Escolar Quilombola), professora Rita Oliveira (representante da gestão educacional), vereador Jucimar Situba (representante da Câmara dos Vereadores), professor Neirivaldo de Andrade (presidente da Associação Quilombola de Tauçu), professor Marcos Pinheiro e professor Tony Vilhena (ambos representando a COPIR).

Em seguida foram apresentadas as Diretrizes da Educação Escolar Quilombola pela equipe da COPIR, chamando a atenção para a necessidade de sua implementação na educação paraense. Para saber da realidade atual da educação quilombola em Portel, os/as participantes fizeram um diagnóstico a partir da metodologia que verificou suas Forças (ter uma Coordenação de Educação Quilombola instituída na SEMED, ter quilombos com reconhecimento e certificação, ter professores/as qualificados/as, etc.), Fraquezas (falta de maior auto-identificação quilombola, etc.), Oportunidades (legislações que garantem políticas públicas, lideranças políticas acessíveis para recebimento das reivindicações, etc.) e Ameaças (racismo, retrocessos na política nacional, etc.).

Após estudos de artigos sobre educação para as relações étnico-raciais, de orientações de inserção da temática da diversidade nos currículos e das referidas Diretrizes, foram elaboradas propostas de ação para o favorecimento da educação quilombola. Estas propostas serão sistematizadas pela SEMED, tendo em vista sua efetivação no ano letivo de 2018. Destacamos, entre as propostas:

- A construção de um portfólio das comunidades contendo relatos das histórias de vida, relatos de experiência e documentos históricos;

- A celebração do 13 de Maio como Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, reunindo a comunidade escolar num trabalho interdisciplinar de palestras, oficinas de dança e teatro, exibição de filmes e rodas de conversas;

- A utilização de jogos africanos como o Morabaraba e o Mancala, para a interação e disseminação de africanidades;

- A mobilização das comunidades para enfrentamento ao racismo, assédio e abuso sexual, com confecção de panfletos e cartazes para campanhas de conscientização.

Aproveitando a oportunidade da Câmara Municipal de Portel está elaborando o Plano Plurianual, os/as cursistas levantaram propostas para garantia de recursos ao atendimento das populações quilombolas. Após consultas e rodas de conversa, encaminharam um abaixo-assinado solicitando a construção de escolas nos territórios quilombolas, formação continuada de professores/as, aporte para a alimentação escolar, edição de materiais didáticos próprios e realização do I Encontro Municipal de Comunidades Quilombolas.

Para o professor Neirivaldo Andrade, que também é presidente da Associação Quilombola de Tauçu,no Rio Acoti Pereira, esta formação possibilitou “uma nova visão, fazendo com que a comunidade entenda a necessidade de buscar mais informações e conhecimentos”. Na sua avaliação, a educação quilombola “vai contribuir para o trabalho específico na temática para que a própria comunidade possa se auto-identificar e se valorizar”.

A coordenadora de Educação escolar Quilombola da SEMED, professora Elizângela Vasconcelos, avaliou a formação como “histórica, por ser o início de muitas outras conquistas que ainda virão”. “A formação despertou o interesse de muitos professores, fortalecendo a discussão, abrindo-se novos caminhos para o debate e para a pauta em evidência da educação escolar quilombola, pois dentro do currículo é necessário inserir a questão do racismo, a valorização das culturas presentes nas comunidades, a história da comunidade”, argumentou a coordenadora.

Veja as fotos, abaixo

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Semed de Salvaterra participa de reunião técnica com o MEC



Nos dias 27 e 28 de setembro de 2017 a Secretaria de Educação de Salvaterra, representada por sua Coordenação de Educação Quilombola, esteve participando de Reunião Técnica sobre Educação Escolar Quilombola no Pará, promovido pelo Ministério da Educação e SEDUC.

O Município de Salvaterra foi convidado pela coordenação do evento a fazer um relato de experiência sobre a recém lançada e exitosa proposta pedagógica para a disciplina Educação Escolar Quilombola que é o resultado de uma ampla discussão com os diversos seguimentos, associações, escolas, instituições e poder público.







domingo, 1 de outubro de 2017

Professores/as de Senador José Porfírio são certificados/as para o ensino de cultura africana e afro-brasileira


Na última semana, professores/as da Rede Estadual e Municipal de Senador José Porfírio concluíram  o PROJETO AFRO-PARÁ - FORMAÇÃO CONTINUADA EM ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA, curso de 120 horas ministrado pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC), através da parceria da Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (COPIR) e o Centro de Formação de Profissionais de Educação Básica do Estado do Pará (CEFOR). Atuaram como tutora e tutor, a pedagoga Simone Araújo e o sociólogo Tony Vilhena.
Vencendo todas as barreiras burocráticas que intimidaram que mais profissionais da educação participassem da formação, 20 professores/as conseguiram com muito empenho finalizar os estudos e receberam seus devidos certificados que testificam a aptidão para a atuarem como multiplicadores/as de educação para as relação étnico-raciais. Os módulos do curso compreenderam: I) História da África e dos Africanos, II) Ambientação da Plataforma MADAE e III) Elaboração de Projetos de Educação para as Relações Étnico-Raciais.
Para a professora Maria Lúcia Zortéa, a Lei 10.639 que institui o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica "vem ao encontro de anseios antigos e é um amparo legal para que possamos enfrentar com maior coragem e determinação o racismo dentro dos espaços educacionais".
A metodologia do curso possibilitou a apresentação do continente africano de modo diferenciado ao que vem sendo normatizado em livros didáticos e nos meios de comunicação, onde a África é mostrada negativamente, limitada à pobreza e epidemias, contribuindo para que se feche o ciclo difundido na colonização que relega inferioridade a todo um continente. Mas o curso mostrou o "outro lado" do continente africano, com sua riqueza cultural, diversidade de nações e povos, produções científicas e personalidades influentes globalmente, visando promover a África enquanto berço da humanidade e de valores civilizatórios.
Seguindo a metodologia que previa elaboração de projetos plenamente executáveis para 2018, um legado para a cidade, as professoras e os professores se reuniram em dois grupos de trabalho e produziram projetos educativos que podem ser inseridos no planejamento escolar de 2018, tanto na Rede Estadual como na Rede Municipal.

Visita técnica num Templo Religioso de Matriz Africana
 
Outra temática muito estudada durante o curso foi "Religiões e religiosidades de matriz africana", devido a necessidade de se combater a intolerância religiosa, visto que estas são, ainda hoje, muito perseguidas, discriminadas e silenciadas nos currículos e na rotina da escola.
Surgiu por iniciativa dos cursistas a proposta de uma visita numa comunidade de terreiro. Após articulações, realizou-se uma roda de conversa no Terreiro de Xango Caô, de tradição Umbandista, sendo recebidos/as por Mãe Thaiana, sacerdotisa líder daquela casa de culto. Além de contar o histórico de formação da instituição religiosa, datado em 1982, Mãe Thaiana também expôs palestra sobre conceitos e filosofias da Umbanda, respondendo as diversas perguntas de professores/as presentes.
Ficou o comprometimento de acolhida às crianças e jovens afro-religosos nas escolas, respeitando suas crenças, garantindo sua liberdade e combatendo qualquer manifestação de racismo religioso.


Texto: Tony Vilhena
Fotos: Simone Araújo e Giovana Ferreira