EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A união faz a força

Conectadas pelas redes sociais, elas formam um novo movimento contra o racismo. Conheça as histórias de mulheres negras bem-sucedidas, que lidam com o preconceito desde que nasceram

Yzalú, Zilá, Stephanie (de pé, a partir da esquerda), Mylene, Alexandra, Mayara e Djamila (sentadas, a partir da esquerda): histórias de sucesso e vitória contra o racismo e a discriminação / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
As ofensas racistas sofridas pela judoca Rafaela Silva são emblemáticas do preconceito que está entranhado na sociedade brasileira. Infelizmente, isso não é exceção. PLANETA conversou com sete figuras influentes e inspiradoras. Não por acaso, a maioria participou do TEDxSãoPaulo,­ evento que reuniu, em julho, 18 mulheres negras para dividirem suas histórias. Uma das palestrantes, a juíza Mylene Ramos, escancarou a desigualdade nos sistemas jurídico e carcerário. Nos Estados Unidos, por exemplo, 40% dos condenados no corredor da morte são negros, que constituem 12% da população do país. Com a introdução do exame de DNA em perícias, a ONG Innocent Project, reverteu 341 condenações, 210 delas de réus negros.
Além de Mylene, apresentamos a seguir as histórias da jornalista e consulesa da França em São Paulo Alexandra Loras; da filósofa Djamila Ribeiro; das advogadas Zilá Ferreira e Mayara de Souza; da cantora Yzalú; e da estudante e ativista Stephanie Ribeiro. Todas têm casos de intolerância para contar. “Juntas, enxergamos que todas nós, mulheres intelectuais, antes de nos conhecermos, estávamos sozinhas em universos monocromos brancos. Não tínhamos amigas negras”, explica a francesa Alexandra Loras. “Estamos nos unindo, nos conhecendo e promovendo iniciativas para as mulheres negras terem voz.”
Segundo Eunice Prudente, professora doutora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o Brasil ainda vive os papéis sociais formados antes do século 19: o homem negro no estereótipo de homem sexualmente hiperativo, violento e pouco inteligente, com a função de “carregar o piano”, e a negra exercendo funções manuais pesadas, e também hiperssexualizada. Para a professora, falta investir em educação e no ensino de história africana para todos. “Respeitamos o que conhecemos”, diz. “Pelo forte conteúdo afro na cultura brasileira e pelo tamanho da população afrodescendente, isso deveria ser mais cuidada”, diz. Alexandra atesta: “Precisamos acabar com os clichês. Precisamos ver nas novelas juízas negras, governadoras e não apenas a mulher serviçal, submissa e inferiorizada. Precisamos mudar”.
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O doce desafio de reinventar-se

Alexandra Loras, 39 anos: a ex-apresentadora de TV e esposa de um diplomata francês encontrou no Brasil um espaço propício para defender os direitos das mulheres negras

Alexandra Loras: “Não dá para continuar tomando minha champanhe e comendo meu petit four sem fazer nada” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Alexandra Loras: “Não dá para continuar tomando minha champanhe e comendo meu petit four sem fazer nada” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
A jornalista francesa Alexandra Loras chegou ao Brasil em 2012, acompanhando o marido, Damien Loras, cônsul-geral do seu país. Durante algum tempo sua principal atividade foi promover eventos na residência consular, nos quais muitas vezes os convidados a confundiam com uma serviçal por ser negra. Aos poucos, porém, ela encontrou terreno fértil para estimular o debate sobre preconceito, liderança feminina e os direitos da mulher negra no Brasil. A recepção calorosa às suas ideias levou a família a se afastar das atividades consulares e a permanecer no Brasil, onde Alexandra faz cerca de cem palestras por mês e lança em agosto o livro Gênios da Humanidade, sobre negros de destaque na história. Ela fala sobre sua trajetória na entrevista a seguir, concedida à repórter Marcela Caetano.
Leia a entrevista aqui!

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Defensora dos trabalhadores

Mylene Ramos, 51 anos: juíza se inspira na história dos pais para melhorar a vida de trabalhadores e minorias

Mylene Ramos: “O negro tem de se fortalecer e não abaixar a cabeça. Podemos ser o que quisermos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Mylene Ramos: “O negro tem de se fortalecer e não abaixar a cabeça. Podemos ser o que quisermos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Para pagar um mês de cursinho pré-vestibu­lar, Mylene Ramos vendeu, aos 17 anos, seu bem mais precioso: um anel de ouro com um solitário em diamante, comprado dois anos antes para comemorar seu aniversário e seu primeiro emprego, como auxiliar em uma imobiliária. Abrir mão da joia (que depois descobriu ser falsa) a levou a ingressar no curso de direito da Universidade Mackenzie.
Com bolsa de estudos parcial e trabalhando em bicos, a menina nascida no bairro de Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, formou-se advogada. Prestou vários concursos até alcançar o posto de juíza do trabalho, em 1994. Entre 1997 e 1999 fez mestrados nas faculdades de direito das universidades de Columbia e Stanford (EUA). Hoje é juíza diretora do Fórum Trabalhista da Zona Sul de São Paulo e se destaca em casos de discriminação, trabalho escravo e acidentes de trabalho.
O que mais inspirou Mylene a buscar essa área foram as injustiças sofridas por seus pais. A mãe, doméstica, trabalhava de domingo a domingo. O pai era mecânico de máquinas pesadas e teve um derrame aos 36 anos, após passar dias trabalhando sem descanso nas obras do metrô de São Paulo. “Sabia que poderia desenvolver um bom trabalho por causa da minha experiência pessoal”, diz.
Ser uma autoridade pública não poupa Mylene de passar por situações discriminatórias. Ela conta que é comum ser ignorada em restaurantes ou lojas, ou ainda que um vendedor insinue que ela não teria dinheiro para comprar um produto. Nada disso a abala. “O negro tem de se fortalecer e não abaixar a cabeça. Podemos ser o que quisermos”, diz.
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Militância de berço

Djamila Ribeiro, 36 anos: filósofa faz a diferença na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, levando atendimento para populações vulneráveis

Djamila Ribeiro: “O estranhamento por eu ocupar esse cargo mostra o quanto temos de evoluir” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Djamila Ribeiro: “O estranhamento por eu ocupar esse cargo mostra o quanto temos de evoluir” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
A militância sempre esteve presente na casa de Djamila Ribeiro. O pai, estivador no porto de Santos (SP), era sindicalista e atuava no movimento negro. Trabalhava muito para oferecer aos quatro filhos momentos de cultura, como tea­tro e cursos de inglês. Por volta dos 18 anos, ela entrou na ONG santista Casa de Cultura da Mulher Negra. Trabalhou na biblioteca e escreveu para a revista da entidade, e assim entrou em contato com várias autoras e feministas negras. Em 2012, formou-se em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e concluiu o mestrado em 2013.
Em maio deste ano, tornou-se secretária adjunta de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Desde criança Djamila enfrentou situações de racismo, como colegas de escola evitarem dançar com ela na festa junina e meninas do bairro impedirem-na de brincar porque as bonecas eram brancas. “Criança negra lida com racismo desde muito cedo”, diz.
Entre as a­ções da Secretaria, ela destaca a implantação de Centros de Cidadania LGBT e do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes e o atendimento a mães cujos filhos foram mortos por ações policiais. Djamila ainda vive situações embaraçosas, quando as pessoas demoram a entender que ela é a secretária esperada para uma reunião. “Isso mostra o quanto temos de evoluir”, afirma.
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Espaço garantido

Zilá Ferreira, 36 anos: ela advoga em favor de oportunidades reais para a parcela negra da sociedade

Zilá Ferreira: “Ninguém é obrigado a não ser racista, mas as pessoas precisam ser educadas” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Zilá Ferreira: “Ninguém é obrigado a não ser racista, mas as pessoas precisam ser educadas” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Tanto como advogada quanto como ativista, Zilá Ferreira está determinada a reverter a desigualdade de oportunidades da parcela negra da sociedade brasileira. Como assessora de políticas públicas no Projeto Educafro, quando ainda fazia cursinho, trabalhou para identificar as universidades estaduais e federais que não adotavam o sistema de cotas raciais e estimulá-las a se abrir aos negros e jovens em situação de vulnerabilidade. Em outra frente, dedicou-se a transformar vagas de universidades particulares em vagas públicas. “Avançamos muito com o Prouni”, afirma.
Ela também defende a participação negra na moda. Foi uma das organizadoras do desfile-protesto contra a ausência de modelos afrodescendentes nas passarelas da São Paulo Fashion Week, em 2007, que originou um Termo de Ajuste de Conduta para o evento cumprir cotas raciais.
Há dois anos, Zilá trabalha com Alexandra Loras, até agosto consulesa da França em São Paulo. “Ela transcendeu seu cargo, tem voz e espaço em lugar onde muita mulher nem imagina chegar. Porque sofreu aqui situações piores do que no exterior, e trata esse tema – que incomoda – de uma forma muito elegante.”
A própria Zilá viveu a agressividade do racismo quando trabalhava em uma grande multinacional. Enviada para dar treinamento na Bahia, de início surpreendeu por ser mulher, negra e ocupar aquele cargo. Mas o verdadeiro choque aconteceu ao ouvir os gritos de um funcionário de alto nível hierárquico, que se recusava a fazer o treinamento com ela: “Sua macaca, saia daqui com as suas macaquices”. Zilá reportou o ocorrido ao escritório de São Paulo e abriu um boletim de ocorrência. “Ele foi demitido e eu fui convidada para participar da diretoria. Uma postura louvável da empresa. Ninguém é obrigado a não ser racista, mas as pessoas precisam ser educadas.”
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Porta-voz das injustiças

Yzalú, 33 anos: cantora dá voz às discriminações sofridas pelas mulheres negras

Yzalú: “Uma gerente dizia que meu cabelo black não condizia com aquele ambiente de trabalho” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Yzalú: “Uma gerente dizia que meu cabelo black não condizia com aquele ambiente de trabalho” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Luiza Yara Lopes Silva, a Yzalú, sentiu na pele aos 26 anos como o racismo é institucionalizado, quando foi trabalhar em uma grande multinacional como assistente de logística. Enquanto sua promoção demorou seis anos, funcionários com menos tempo de casa e resultados iguais aos dela subiam na hierarquia. “Uma gerente dizia que meu cabelo black não condizia com aquele ambiente”, diz. “O chefe que enfim me promoveu disse que não entendia por que isso não tinha acontecido antes.”
Mas Yzalú, nascida em uma família humilde de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, estava habituada a superar obstáculos. Um problema congênito fez com que sua perna não se desenvolvesse e ela precisasse usar prótese desde criança. A mãe se desdobrava em mais de um emprego para sustentar sozinha a moça e o irmão. Formada em marketing na Faculdade Metodista, Yzalú dedicou-se ao trabalho, mas percebeu que, para ascender, demoraria muito mais tempo do que os colegas. “Não havia nenhuma mulher negra em cargos executivos na empresa”, diz.
Depois de oito anos de multinacional, decidiu seguir sua paixão: a música. Lançou em março deste ano seu primeiro disco, Minha Bossa É Treta, em um estilo que define como música periférica brasileira, que inova ao unir o violão ao rap e leva a influência de jazz, samba, afrobeat e MPB. A letra de “Mulheres Negras”, que Yzalú lançou em 2012 e se tornou um divisor de águas na sua carreira, é uma bandeira feminista e antirracista: “Não fomos vencidas pela anulação social / Sobrevivemos à ausência na novela, no comercial / O sistema pode até me transformar em empregada / Mas não pode me fazer raciocinar como criada”.
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Sem medo de enfrentamento

Stephanie Ribeiro, 23 anos: ativista com 30 mil seguidores e aluna de arquitetura, ela denuncia a discriminação e ganha notoriedade na internet

Stephanie Ribeiro: “A violência psicológica contra os negros não é considerada no Brasil” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Stephanie Ribeiro: “A violência psicológica contra os negros não é considerada no Brasil” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Em 2012, no início do curso de arquitetura na PUC-Campinas, Stephanie Ribeiro viu um anúncio de uma vaga de estágio apenas para candidatos homens. “Achei absurdo, mas para meus colegas era normal”, diz. Indignada, começou a procurar livros e grupos feministas e, de lá para cá, tornou-se referência no assunto. Natural de Araraquara (SP), ela tem hoje 30 mil seguidores no Facebook e textos publicados em dezenas de sites. Ganhou fama com seu ativismo e os posts contundentes.
Stephanie não vem tendo uma experiência boa na universidade. “Sempre me senti isolada. Como bolsista do Prouni, recebo tratamento diferenciado”, diz. Depois do episódio da vaga, ela denuncia no Facebook casos de discriminação. Seus relatos ganharam repercussão, o que incomodou gente dentro e fora da faculdade. “Picharam meu armário e recebi mensagens anônimas como ‘preta fedida, volta para a África’”, afirma.
Já ouviu que merecia apanhar, por defender uma colega acusada de provocar uma briga entre dois rapazes. E porque negros “cheiram mal”. Um colega perguntou se aceitavam macacos para estágio. Stephanie denunciou as agressões à faculdade, que abriu uma sindicância, considerada “inconclusiva”.
Cursando o último ano, Stephanie superou os problemas de baixa autoestima do passado, pensa em seguir nos estudos e prepara um livro de ficção. “A violência psicológica contra os negros não é muito considerada no Brasil”, afirma.
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Resgate pela poesia

Mayara Silva de Souza, 23 anos: a advogada e poeta trabalha pela autoestima de meninas e quer que as conquistas das mulheres negras sejam vistas como algo normal

Mayara Silva de Souza: “Quando estiver bom para a mulher negra, estará bom para todos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Mayara Silva de Souza: “Quando estiver bom para a mulher negra, estará bom para todos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Depois de uma infância vivida no quarto da empregada – de onde só saía para ir à escola –, a advogada Mayara Silva de Souza passou a adolescência entre pontos de venda de drogas e livros. “Entre meus 14 e 16 anos, estudava muito em casa, mas várias vezes fui buscar meu irmão, então usuário, em biqueiras”, lembra. Mesmo depois de entrar na faculdade, ela continuou se preocupando em resgatar jovens. Levou o movimento de literatura marginal para as Fundações Casa e presídios. Com três amigos do coletivo Piratas do Tietê, criou o Asas Abertas, uma programação de saraus para detentos,com poesia feita na periferia.
Hoje, aos 23 anos, além de poeta e ativista social, Mayara é bacharel em direito, com título da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). E também gestora e conselheira do Plano de Menina, projeto para empoderar crianças das comunidades do Grajaú (onde cresceu e mora até hoje) e do Capão Redondo, em São Paulo.
Toda a dedicação é para que as conquistas das mulheres negras deixem de ser vistas como um feito extraordinário. “Quando digo que sou advogada, escuto uma interjeição de surpresa. Quantas amigas brancas são advogadas e ninguém se surpreende? Quero que nosso cabelo e nossa cor deixem de ser polêmica”, diz. E vai mais fundo: “As pessoas precisam entender que, quando estiver bom para a mulher negra, estará bom para todos.”
fonte: Revista Planeta

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

SARAU CABAÇA DA EXISTÊNCIA - Consciência Negra 2016

A Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial - COPIR, da Secretaria Adjunta de Ensino da Secretaria de Estado de Educação do Pará - SAEN/SEDUC, promove, em parceria com o Serviço de Educação  - SEC - do Museu Paraense Emílio Goleldi - Parque Zoobotânico, o SARAU CABAÇA DA EXISTÊNCIA.


O evento será no dia 20 de novembro, domingo, com início às 9h, no prédio "Castelinho".
A abertura será com as palavras da Profa. Creusa Trindade - Coordenadora da COPIR/SEDUC e Profª Lúcia Santana - Coordenadora de Serviço de Educação (SEC) do Museu Paraense Emílio Goeldi - Parque Zoobotânico.
 

Posteriormente dar-se-á o Ato-show com atrações da cultura afro-brasileira com o Projeto Sarau Cabaça da Existência.

A programação seguirá até as 13h30 com diversas atrações, conforme relação abaixo:




HORÁRIO
ATRAÇÃO
INSTITUIÇÃO
TEMPO
09h00-09h10
Pronunciamento da Profª Lúcia Santana
SEC/MPEG
10min
09h15-09h30
Pronunciamento da Creusa Batista
COPIR/SEDUC
15min
09h35-10h10
    Escola Galdêncio Ramos: Dança Afro brasileira
SEDUC
30min
10h15-10h30
    Relato de experiência da Escola Temístocles de Araújo
SEDUC
15min
10h35-11h05
     Apresentação de Cobra Venenosa: Carimbó e Poesia
Cobra Venenosa
30min
11h10-11h20
Relato de experiência com o Prof. Vinicíus Darlan
SEDUC
10min
11h25-11h35
Pronunciamento de Andrey Fábio Santos Sales do Grupo de Estudos de Religiões de Matrizes Africanas
GERMAA

10min
11h4012h00
Coletivo Casa Preta: Musicalidade e dança
Instituto Casa Preta
20min
12h05-12h15
    Relato de Experiência com a Profª Antonia Brioso
SEDUC
10min
12h20-12h30
Relato de experiência prof. Guilherme Trindade da Escola Francisco Berton
SEDUC
10min
12h35-12hh45
Grupo de pesquisas Saberes e práticas Educativas de populações Quilombola
UEPA

12h50-13h20
Tambor de Crioula Filhos amigos de Cururupu
Terra Firme
30mim



ATENÇÃO:

    No decorrer da programação ocorrerá :
  • Oficina de Jogos Africanos com os alunos da EEEFM Francisco Berton
  • Pronunciamento da COPIR, Museu Emílio Goeldi e GERMAA (10min de tempo para os pronunciamentos a serem distribuídos no decorrer da programação).

Obs.: A programação está aberta a alterações conforme acordo entre coordenação da Copir e convidados relacionados.

ORGANIZAÇÃO:




terça-feira, 15 de novembro de 2016

II Edital Gestão Escolar para a Equidade – Juventude Negra

http://www.institutounibanco.org.br/juventude-negra/#

O II Edital Gestão Escolar para a Equidade – Juventude Negra visa contribuir para o desenvolvimento e a implementação de práticas inspiradoras de gestão escolar que busquem elevar os resultados educacionais dos jovens negros e negras na rede pública de Ensino Médio. O objetivo é identificar, reconhecer e acompanhar projetos com foco na gestão que se proponham a enfrentar de forma criativa as desigualdades raciais no ambiente escolar e promovam a melhoria da qualidade da educação dos jovens negros e negras.

Cidade de Senador José Porfírio recebe o projeto Afro-Pará


De 09 a 11 de novembro, professores/as, gestores/as e técnicos/as que atuam nas Redes Estadual e Municipal de Educação do município de Senador José Porfírio, também chamado carinhosamente de Souzel, participaram do primeiro módulo do Projeto Afro-Pará, que garante formação continuada para implementação da Lei 10.639/2003, instituindo o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica.

Foram dias intensivos de trabalho, leituras e reflexões coletivas de textos, debate sobre filmes que apresentam a realidade do continente africano. O acolhimento foi da Escola Estadual de Ensino Médio Rosa Alvarez Rebelo. A coordenação da formação ficou por conta da pedagoga Simone Araújo e do sociólogo Tony Vilhena.

Muitos professores/as relataram que já fizeram cursos específicos sobre a Lei 10.639, isto facilitou o desenvolvimento do curso, pois a partilha das experiências agilizou a abordagem dos conteúdos. O próximo passo será realizado a distância pela plataforma virtual MADAE e, no primeiro semestre de 2017, haverá novo encontro presencial em Souzel.

COM CIÊNCIAS AFRICANAS
Profa. Ester Silva
A professora Ester Alves da Silva é professora de língua portuguesa na escola estadual Rosa Alvarez Rebelo e escola municipal Jorge Queiroz de Moraes Neto, em Senador José Porfírio.
A docente coordena um projeto de africanidades na escola, neste ano o tema do projeto será "Com Ciências Africanas", ocorrerá em meados de dezembro, visando trabalhar as diversas contribuições científicas da África para o mundo, além de divulgar personalidade africanas da política e das artes.

A participação dos estudantes é um dos pontos fortes do projeto, pois "eles estão presentes em cem porcento das fases, eles fazem tudo, desde o debate de escolha dos temas, a pesquisa científica até na montagem das barracas com os equipamentos de presentação ao público que visita a Feira", explica Ester Silva.
Se espera com este projeto no cotidiano da escola é que a comunidade escolar reconheça a diversidade étnico-racial presente na composição do povo brasileiro e reconheça a origem de sua história, "pois todos nós somos filhos da África e precisamos desmitificar a historiografia que apresenta o negro só como escravo, que nos conscientizemos da importância de se estudar a África e que está consciência contribua contra o preconceito racial", conclui a professora. 
O público que participa do projeto é composto por visitas organizadas de outras escolas, mães, pais e responsáveis dos estudantes envolvidos, além da comunidade em geral. As dificuldades enfrentadas estão nos custos do evento. Mas estas dificuldades são vencidas pela determinação e auto-mobilização dos estudantes e professores que fazem coletas e rifas para arrecadar fundos que cubram as despesas. Cada turma ajuda do seu jeito e dentro de suas possibilidades, fortalecendo o espírito de grupo dos organizadores. Aguardaremos notícias para compartilharmos mais esta experiência exitosa de implementação da Lei 10.639 nas escolas públicas do Pará.


Texto e fotos: Simone Araújo e Tony Vilhena