EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

quinta-feira, 21 de março de 2019

Nações Unidas alertam para “populismo nacionalista” que promove racismo.

                 





ONU assinala Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial esta quinta-feira; Unesco lembra que combater o racismo é “uma questão de dignidade humana”; organização condena práticas e políticas que excluem ou reprimem.


As Nações Unidas assinalam este 21 de março o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. O tema deste ano é “Mitigando e combatendo o populismo nacionalista e as ideologias supremacistas”.

Na data, a ONU destaca que há movimentos extremistas racistas baseados em ideologias, que buscam promover agendas populistas e nacionalistas, que se espalham em várias partes do mundo. Estes grupos “alimentam o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância, muitos visam migrantes e refugiados, bem como pessoas de ascendência africana”.


DIREITOS HUMANOS

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco, considera que “combater o racismo é uma questão de dignidade humana e de construção de um mundo melhor”. 

Audrey Azulay lembra que “a defesa da diversidade, da inclusão, da não-discriminação e de uma cultura da paz e da solidariedade sempre estiveram no cerne da missão da Unesco.”

Em mensagem especial sobre este dia, a representante alerta que a internet pode ser um "terreno fértil" para propagar a discriminação racial, a xenofobia e as ideologias supremacistas, "cujos alvos são frequentemente os migrantes, os refugiados ou ainda os afrodescendentes.”


RESOLUÇÃO

Numa resolução recente sobre a eliminação do racismo, a Assembleia Geral das Nações Unidas reiterou que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, e têm o potencial de contribuir construtivamente para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade.

O documento também enfatiza que qualquer doutrina de superioridade racial é “cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa”. Por isso, deve ser rejeitada, juntamente com teorias que tentam determinar a existência de raças humanas separadas.

A relatora especial sobre Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância, E. Tendayi Achiume analisou a ameaça representada pelo populismo nacionalista aos princípios fundamentais de direitos humanos de não-discriminação e igualdade. Recentemente, a especialista lançou um relatório sobre o populismo nacionalista.

Ela condenou o populismo nacionalista que promove práticas e políticas que excluem ou que reprimem, prejudicando indivíduos ou grupos com base na sua raça, etnia, nacionalidade e religião, ou outras categorias sociais relacionadas.


HISTÓRIA

No Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial é lembrado o 21 de março de 1960, quando a polícia abriu fogo e matou 69 pessoas numa manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, contra as "leis de aprovação" do Apartheid.

Proclamando o Dia em 1966, a Assembleia Geral convida, todos os anos, a comunidade internacional a redobrar seus esforços para eliminar todas as formas de discriminação racial.


DISCRIMINAÇÃO RACIAL

De acordo com a ONU, a discriminação racial e étnica ocorre diariamente, dificultando o progresso de milhões de pessoas em todo o mundo.

O racismo e a intolerância podem assumir várias formas, desde negar aos indivíduos os princípios básicos da igualdade até alimentar o ódio étnico que pode levar ao genocídio, e todos podem destruir vidas e fraturar comunidades.

A luta contra o racismo é uma questão prioritária para a comunidade internacional e está no centro do trabalho do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.


FONTE: https://news.un.org/pt/story/2019/03/1665181