EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

VOLTA ÀS AULAS SEM RACISMO

 
Precisamos eliminar todas as formas de expressão racista da sociedade, começando pela nossa escola.

Então, convidamos você para somar força CONTRA O RACISMO:

- Vamos usar o calendário afro-brasileiro em nossas escolas. Consciência negra tem que ser uma atitude diária, não apenas ações concentradas em novembro (em “comemoração” ao 20 de Novembro: Dia da Consciência Negra).

- Estudantes podem criar Comitês/Grupos Contra o Racismo nas escolas;

- Professores/as, técnicos/as, gestores/as e equipes de apoio escolar devem implementar a Lei 10.639/2003, que institui a cultura africana e afro-brasileira no cotidiano escolar;

- Ninguém pode se omitir ao presenciar uma cena de racismo (ofensas, “brincadeiras” e violências motivadas por cor, raça, origem, religião, etc.). Tem que denunciar;

- Em caso de racismo na escola, procurar a Diretoria para as providências necessárias;

- A Diretoria deve se preocupar em atender as vítimas de racismo sem diminuir a relevância dos relatos e sem revitimar as pessoas que sofreram a violência. Os contatos da COPIR para orientação são: (91)3201-5157 e copirseduc@gmail.com.
 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Ensino Médio para Comunidades Quilombolas do Pará



A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realiza no período de 10 de janeiro a 7 de fevereiro as matrículas para alunos/as interessados/as em concluir o Ensino Médio  por meio do Sistema Educacional Interativo (SEI), alternativa metodológica, implantada este ano, que ampliar a oferta do Ensino Médio regular no interior do Estado.

Destacamos que o SEI atenderá as comunidades quilombolas, conforme lista abaixo:

- Alenquer: Pacoval;
- Bagre: Balieiro;
- Cachoeira do Piriá: Camiranga;
- Óbidos: Arapucu, São José, Silêncio;
- Igarapé-Açu: Castanhaduba.

Chamamos a atenção que outras comunidades listadas pelo SEI podem, também, presumidamente, ter ascendência quilombola, apesar de ainda não serem reconhecidas e/ou certificadas pelas instituições responsáveis.

Acompanhem a lista e as informações de inscrição no link 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Escola Vasconcelos, de Salvaterra, avança na implementação da Educação Quilombola



 
De 08 a 10 de janeiro de 2018, na Escola Estadual de Ensino Médio Prof. Ademar Nunes de Vasconcelos, em Salvaterra/PA, aconteceu a primeira formação interna sobre Educação Escolar Quilombola, promovida pela Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Educação do Pará (COPIR/SEDUC). Foram dias de estudos, leituras, compartilhamento de ideias e levantamento de propostas para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Pois a escola Vasconcelos, como ela é carinhosamente chamada pela comunidade local, atende estudantes de famílias quilombolas oriundos das 16 comunidades remanescentes de quilombos da cidade.

Na ocasião, os/as participantes da formação também celebraram o aniversário de 15 anos de promulgação da Lei 10.639, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 09 de janeiro de 2003, instituindo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica.

A escola Vasconcelos formalizou pedido de reconhecimento da SEDUC ao seu novo Projeto Pedagógico que pretende atender a comunidade escolar com maior qualidade no quesito que diz respeito à diversidade étnico-racial, principalmente na valorização das culturas e tradições quilombolas, observando o que determina a Resolução 08/2012 do Conselho Nacional de Educação, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Desta forma, há um compromisso da escola em contribuir para o fortalecimento identitário de seus alunos e de suas alunas quilombolas, potencializando seu senso critico e sua inserção social.

Durante a formação, foi formulada a proposta de trabalho a partir do seguinte tema gerador: Territorialidade e Empoderamento Quilombola. Visto que as comunidades quilombolas têm sofrido severos ataques aos seus espaços de produção agrícola e cultural, fator que incide prejudicialmente no rendimento escolar de alunos/as das famílias atingidas, elegeu-se a territorialidade como ponto de partida para as abordagens pedagógicas de projetos e conteúdos curriculares.


Currículo e quilombo
A partir da Territorialidade e do Empoderamento Quilombola, já se começou a construir planos de aula de todas as disciplinas. Língua Portuguesa prevê trabalhar com variações lingüísticas, coletando vocábulos considerados quilombolas. Literatura visa catalogar histórias contadas nas diferentes comunidades. Artes vai comparar os traços da arte clássica com os traçados e tessituras das produções de cestas, panelas de barro, alguidares, abanos, tipitis, vassouras, etc. Educação Física, que já desenvolve trabalho nas comunidades, vai reforçar a luta marajoara, a capoeira, os brinquedos cantados e a corporeidade.

A Matemática Financeira irá aplicar as ferramentas estatísticas em pesquisas sobre a produção da agricultura familiar e do comércio em áreas quilombolas.  Biologia, por sua vez, propõe-se a identificar as características dos biomas brasileiros, dando ênfase aos biomas das comunidades quilombolas de Salvaterra.Física estudará a importância da implantação da energia elétrica na comunidade, destacando os pontos positivos e negativos dessa implantação.  Química se lançará no estudo da composição, propriedades de objetos produzidos nas comunidades quilombolas, na manipulação de propriedades de ervas medicinais, nas técnicas de pinturas e produção de corantes, pigmentos, no estudo da melanina e na datação de objetos arqueológicos mais antigos.

Filosofia abordará os valores civilizatórios africanos herdados. História abordará o resgate das heranças afro-brasileiras. Geografia analisará os conflitos agrários, especificamente no caso da Fazenda Macário, que tem provocado problemas diversos às famílias do entorno, e a dinâmica populacional local. Já a Sociologia enfocará os conceitos de território e territorialidade quilombola.

Expectativas

“Esperamos este ano de 2018 concluir os trâmites para a construção da proposta e autorização do Conselho para implantação em 2019 com o objetivo de atender nossos alunos que são oriundos de comunidade quilombolas em uma perspectiva social contextualizada, fazendo valer a Lei 10.639, mas, também, dinamizando o currículo no processo de vivência que o educando se insere para compreensão do macro”, analisou o professor Jociel Góes, diretor da escola Vasconcelos.

Profa. Esp. Eliana Alcântara
Para a professora de filosofia Eliana Alcântara, que é especialista em Educação para as Relações Étnico-raciais e quilombola da Comunidade de Bacabal, “é muito importante o movimento que está acontecendo na escola Vasconcelos, que tem uma considerável clientela vinda dos quilombos, e isso vai contribuir na formação humana dos jovens quilombolas e não-quilombolas, tornando-se agentes transformadores e críticos”.