Quatorze indígenas da etnia Kayapó, das aldeias Baú e Kamaú, localizadas no município de Novo Progresso, no sudoeste paraense, concluíram o Ensino Médio regular e participaram da cerimônia de formatura na quinta-feira, 5, na aldeia Baú. A terra Indígena Baú é parte do território tradicional da comunidade indígena Kayapó-Mekrãgnoti-Baú e está localizada no extremo sul do município de Altamira, Estado do Pará.
A cerimônia contou com representantes de instituições que trabalham diretamente com os indígenas e demais convidados pelos caciques e comunidades indígenas. O coordenador da Educação Indígena, Mydjere Kayapó, que é da mesma etnia dos formandos, comentou que formar alunos indígenas dentro da própria aldeia é uma vitória. “Eu não tive esta oportunidade e tive que deixar meu povo para ir até a escola. Hoje o Ensino Médio vem até a aldeia e nós temos mais oportunidades para estudar. Nós não precisamos sair da aldeia para entrar na universidade”, explicou o coordenador.
Em todo o Pará são aproximadamente mil alunos indígenas do Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) de 29 aldeias localizadas em 29 municípios paraenses. Ao todo são cerca de 16 mil alunos em território paraense. Destes, 14 mil estão matriculados no Ensino Fundamental, que é municipalizado.
Ainda há 406 índios Gavião em escolas de São Jesus do Tocantins e outros 276 Tembé em Santa Luzia do Guamá, que são alfabetizados na língua portuguesa, mas também estudam na língua mãe Teneateara.
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), desde 2003 já formou aproximadamente 300 professores indígenas que são habilitados para atuar no ensino da educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Este número vem somar aos de 72 indígenas das etnias Tembé, Gavião e Suruí Aikewara, que se formaram em Licenciatura Intercultural Indígena e que estão habilitados para atuar no ensino Fundamental e Médio.
Por Márcio Flexa
Ascom/Seduc
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