Samora Machel |
A comitiva brasileira, em missão na África desde segunda, está sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, que visita três países do continente africano, acompanhada da ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, e dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
O primeiro presidente moçambicano, Samora Machel, foi homenageado hoje (19), na Praça dos Herois, em Maputo, numa cerimônia que contou com a participação da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros. A ministra integra comitiva brasileira em missão na África desde a última segunda, sob comando da presidenta, Dilma Rousseff. Considerado "pai da nação moçambicana" por ter proclamado a independência de Moçambique, Marchel morreu há 25 anos num desastre aéreo na localidade sul-africana de Mbuzini.
“Para mim, emoção muito particular, pela referência que Samora Marchel representa para o movimento negro dos anos 70/80, quando as lutas de libertação na África inspiraram nossos discursos identitários no Brasil e contribuíram para estabelecer princípios de solidariedade com as lutas dos negros dentro e fora do continente africano”, declarou a ministra Luiza Bairros.
A titular da Seppir contou ainda, que o ato provocou grande mobilização popular, de familiares, antigos combatentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e autoridades da África do Sul, Zambia, Zimbabwe. O Brasil foi o único país fora da África representado pela Chefe de Estado. Os demais foram representados por diplomatas. A missão brasileira permanece até amanhã (20), em Maputo (Moçambique) e Luanda (Angola), retornando a Brasília no final da tarde.
Hoje, a presidenta Dilma Rousseff e sua comitiva mantém conversações com o seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza, e participa de um encontro com investidores brasileiros. Ontem, a agenda esteve voltada para a 5ª Cúpula do Fórum de Diálogo do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), países que despontam na comunidade internacional por avanços sociais e pelo crescimento econômico. Na reunião, os chefes de Estado dos três países reafirmaram o compromisso de continuarem trabalhando na perspectiva de mudança na composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Cúpula teve como destaque a participação do Fórum de Mulheres, que atua na perspectiva de influenciar o grupo de trabalho do Ibas a pensar programas e políticas direcionados ao empoderamento das mulheres. Para a ministra Luiza Bairros, o diferencial do Fórum está na sua composição, por ser integrado por mulheres no poder e na sociedade civil, que querem levar a Cúpula a constituir uma instância em caráter oficial, com maior capacidade de interferência sobre as decisões e o diálogo do Ibas.
Sobre a reunião bilateral ocorrida ontem, entre os presidentes Dilma Rousseff e Jacob Zuma, da África do Sul, a ministra destacou o reforço ao convite para a participação do líder africano no AfroXXI - Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, que acontecerá em Salvador, de 16 a 19 de novembro.
“O presidente mostrou-se bastante entusiasmado e enfatizou a importância da parceria entre os dois países na luta contra o racismo”, declarou Luiza Bairros, que relembrou a participação do Brasil no combate ao apartheid. Adotado de 1948 a 1994 por sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, o apartheid foi um regime de segregação racial no qual os direitos da grande maioria dos habitantes eram cerceados pelo governo formado pela minoria branca.
O presidente Zuma aproveitou a ocasião para reforçar o pedido de envolvimento do Brasil nas comemorações pelos 100 anos do Congresso Nacional Africano (CNA), em 2012. O partido foi responsável pela luta contra o regime do apartheid, que negava aos negros da África do Sul direitos políticos, sociais e econômicos.
Principal representante do movimento antiapartheid, Nelson Mandela foi presidente do CNA (1995-1990) e primeiro presidente negro da África do Sul (1994-1999). Respeitado internacionalmente por sua luta em prol da reconciliação interna e externa, Mandela foi a principal liderança africana na transição do regime de minoria no comando, o apartheid.
Fonte: Coordenação de Comunicação SEPPIR
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