O projeto pensado e coordenado pelas professoras Flora Scantlebury, Madalena Correa e Socorro César teve como objetivo mostrar aos alunos da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso, a importância de saber combater o racismo.
Através de rodas de conversas, oficinas de turbante, de leitura e produção de texto e de etnicomatemática, os alunos puderam ter melhor entendimento de sua ancestralidade.
O Evento que teve inicio no dia 12 de dezembro se encerra na próxima quinta feira, dia 15 com um bate papo em alusão aos 100 anos do samba.
Conectadas pelas redes sociais, elas formam um novo movimento
contra o racismo. Conheça as histórias de mulheres negras bem-sucedidas,
que lidam com o preconceito desde que nasceram
Yzalú,
Zilá, Stephanie (de pé, a partir da esquerda), Mylene, Alexandra,
Mayara e Djamila (sentadas, a partir da esquerda): histórias de sucesso e
vitória contra o racismo e a discriminação / Foto: Felipe
Gabriel/Agência IstoÉ
As ofensas racistas sofridas pela judoca Rafaela Silva são
emblemáticas do preconceito que está entranhado na sociedade brasileira.
Infelizmente, isso não é exceção. PLANETA conversou com sete figuras
influentes e inspiradoras. Não por acaso, a maioria participou do
TEDxSãoPaulo, evento que reuniu, em julho, 18 mulheres negras para
dividirem suas histórias. Uma das palestrantes, a juíza Mylene Ramos,
escancarou a desigualdade nos sistemas jurídico e carcerário. Nos
Estados Unidos, por exemplo, 40% dos condenados no corredor da morte são
negros, que constituem 12% da população do país. Com a introdução do
exame de DNA em perícias, a ONG Innocent Project, reverteu 341
condenações, 210 delas de réus negros.
Além de Mylene, apresentamos a seguir as histórias da jornalista e
consulesa da França em São Paulo Alexandra Loras; da filósofa Djamila
Ribeiro; das advogadas Zilá Ferreira e Mayara de Souza; da cantora
Yzalú; e da estudante e ativista Stephanie Ribeiro. Todas têm casos de
intolerância para contar. “Juntas, enxergamos que todas nós, mulheres
intelectuais, antes de nos conhecermos, estávamos sozinhas em universos
monocromos brancos. Não tínhamos amigas negras”, explica a francesa
Alexandra Loras. “Estamos nos unindo, nos conhecendo e promovendo
iniciativas para as mulheres negras terem voz.”
Segundo Eunice Prudente, professora doutora da Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo, o Brasil ainda vive os papéis sociais
formados antes do século 19: o homem negro no estereótipo de homem
sexualmente hiperativo, violento e pouco inteligente, com a função de
“carregar o piano”, e a negra exercendo funções manuais pesadas, e
também hiperssexualizada. Para a professora, falta investir em educação e
no ensino de história africana para todos. “Respeitamos o que
conhecemos”, diz. “Pelo forte conteúdo afro na cultura brasileira e pelo
tamanho da população afrodescendente, isso deveria ser mais cuidada”,
diz. Alexandra atesta: “Precisamos acabar com os clichês. Precisamos ver
nas novelas juízas negras, governadoras e não apenas a mulher serviçal,
submissa e inferiorizada. Precisamos mudar”.
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O doce desafio de reinventar-se
Alexandra Loras, 39 anos: a
ex-apresentadora de TV e esposa de um diplomata francês encontrou no
Brasil um espaço propício para defender os direitos das mulheres negras
Alexandra
Loras: “Não dá para continuar tomando minha champanhe e comendo meu
petit four sem fazer nada” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
A jornalista francesa Alexandra Loras chegou ao Brasil em 2012,
acompanhando o marido, Damien Loras, cônsul-geral do seu país. Durante
algum tempo sua principal atividade foi promover eventos na residência
consular, nos quais muitas vezes os convidados a confundiam com uma
serviçal por ser negra. Aos poucos, porém, ela encontrou terreno fértil
para estimular o debate sobre preconceito, liderança feminina e os
direitos da mulher negra no Brasil. A recepção calorosa às suas ideias
levou a família a se afastar das atividades consulares e a permanecer no
Brasil, onde Alexandra faz cerca de cem palestras por mês e lança em
agosto o livro Gênios da Humanidade, sobre negros de destaque
na história. Ela fala sobre sua trajetória na entrevista a seguir,
concedida à repórter Marcela Caetano. Leia a entrevista aqui!
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Defensora dos trabalhadores
Mylene Ramos, 51 anos: juíza se inspira na história dos pais para melhorar a vida de trabalhadores e minorias
Mylene
Ramos: “O negro tem de se fortalecer e não abaixar a cabeça. Podemos
ser o que quisermos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Para pagar um mês de cursinho pré-vestibular, Mylene Ramos vendeu,
aos 17 anos, seu bem mais precioso: um anel de ouro com um solitário em
diamante, comprado dois anos antes para comemorar seu aniversário e seu
primeiro emprego, como auxiliar em uma imobiliária. Abrir mão da joia
(que depois descobriu ser falsa) a levou a ingressar no curso de direito
da Universidade Mackenzie.
Com bolsa de estudos parcial e trabalhando em bicos, a menina nascida
no bairro de Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, formou-se advogada.
Prestou vários concursos até alcançar o posto de juíza do trabalho, em
1994. Entre 1997 e 1999 fez mestrados nas faculdades de direito das
universidades de Columbia e Stanford (EUA). Hoje é juíza diretora do
Fórum Trabalhista da Zona Sul de São Paulo e se destaca em casos de
discriminação, trabalho escravo e acidentes de trabalho.
O que mais inspirou Mylene a buscar essa área foram as injustiças
sofridas por seus pais. A mãe, doméstica, trabalhava de domingo a
domingo. O pai era mecânico de máquinas pesadas e teve um derrame aos 36
anos, após passar dias trabalhando sem descanso nas obras do metrô de
São Paulo. “Sabia que poderia desenvolver um bom trabalho por causa da
minha experiência pessoal”, diz.
Ser uma autoridade pública não poupa Mylene de passar por situações
discriminatórias. Ela conta que é comum ser ignorada em restaurantes ou
lojas, ou ainda que um vendedor insinue que ela não teria dinheiro para
comprar um produto. Nada disso a abala. “O negro tem de se fortalecer e
não abaixar a cabeça. Podemos ser o que quisermos”, diz.
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Militância de berço
Djamila Ribeiro, 36 anos: filósofa
faz a diferença na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São
Paulo, levando atendimento para populações vulneráveis
Djamila
Ribeiro: “O estranhamento por eu ocupar esse cargo mostra o quanto
temos de evoluir” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
A militância sempre esteve presente na casa de Djamila Ribeiro. O
pai, estivador no porto de Santos (SP), era sindicalista e atuava no
movimento negro. Trabalhava muito para oferecer aos quatro filhos
momentos de cultura, como teatro e cursos de inglês. Por volta dos 18
anos, ela entrou na ONG santista Casa de Cultura da Mulher Negra.
Trabalhou na biblioteca e escreveu para a revista da entidade, e assim
entrou em contato com várias autoras e feministas negras. Em 2012,
formou-se em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e concluiu
o mestrado em 2013.
Em maio deste ano, tornou-se secretária adjunta de Direitos Humanos e
Cidadania de São Paulo. Desde criança Djamila enfrentou situações de
racismo, como colegas de escola evitarem dançar com ela na festa junina e
meninas do bairro impedirem-na de brincar porque as bonecas eram
brancas. “Criança negra lida com racismo desde muito cedo”, diz.
Entre as ações da Secretaria, ela destaca a implantação de Centros
de Cidadania LGBT e do Centro de Referência e Atendimento para
Imigrantes e o atendimento a mães cujos filhos foram mortos por ações
policiais. Djamila ainda vive situações embaraçosas, quando as pessoas
demoram a entender que ela é a secretária esperada para uma reunião.
“Isso mostra o quanto temos de evoluir”, afirma.
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Espaço garantido
Zilá Ferreira, 36 anos: ela advoga em favor de oportunidades reais para a parcela negra da sociedade
Zilá Ferreira: “Ninguém é obrigado a não ser racista, mas as pessoas precisam ser educadas” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Tanto como advogada quanto como ativista, Zilá Ferreira está
determinada a reverter a desigualdade de oportunidades da parcela negra
da sociedade brasileira. Como assessora de políticas públicas no Projeto
Educafro, quando ainda fazia cursinho, trabalhou para identificar as
universidades estaduais e federais que não adotavam o sistema de cotas
raciais e estimulá-las a se abrir aos negros e jovens em situação de
vulnerabilidade. Em outra frente, dedicou-se a transformar vagas de
universidades particulares em vagas públicas. “Avançamos muito com o
Prouni”, afirma.
Ela também defende a participação negra na moda. Foi uma das
organizadoras do desfile-protesto contra a ausência de modelos
afrodescendentes nas passarelas da São Paulo Fashion Week, em 2007, que
originou um Termo de Ajuste de Conduta para o evento cumprir cotas
raciais.
Há dois anos, Zilá trabalha com Alexandra Loras, até agosto consulesa
da França em São Paulo. “Ela transcendeu seu cargo, tem voz e espaço em
lugar onde muita mulher nem imagina chegar. Porque sofreu aqui
situações piores do que no exterior, e trata esse tema – que incomoda –
de uma forma muito elegante.”
A própria Zilá viveu a agressividade do racismo quando trabalhava em
uma grande multinacional. Enviada para dar treinamento na Bahia, de
início surpreendeu por ser mulher, negra e ocupar aquele cargo. Mas o
verdadeiro choque aconteceu ao ouvir os gritos de um funcionário de alto
nível hierárquico, que se recusava a fazer o treinamento com ela: “Sua
macaca, saia daqui com as suas macaquices”. Zilá reportou o ocorrido ao
escritório de São Paulo e abriu um boletim de ocorrência. “Ele foi
demitido e eu fui convidada para participar da diretoria. Uma postura
louvável da empresa. Ninguém é obrigado a não ser racista, mas as
pessoas precisam ser educadas.”
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Porta-voz das injustiças
Yzalú, 33 anos: cantora dá voz às discriminações sofridas pelas mulheres negras
Yzalú:
“Uma gerente dizia que meu cabelo black não condizia com aquele
ambiente de trabalho” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Luiza Yara Lopes Silva, a Yzalú, sentiu na pele aos 26 anos como o
racismo é institucionalizado, quando foi trabalhar em uma grande
multinacional como assistente de logística. Enquanto sua promoção
demorou seis anos, funcionários com menos tempo de casa e resultados
iguais aos dela subiam na hierarquia. “Uma gerente dizia que meu cabelo
black não condizia com aquele ambiente”, diz. “O chefe que enfim me
promoveu disse que não entendia por que isso não tinha acontecido
antes.”
Mas Yzalú, nascida em uma família humilde de São Bernardo do Campo,
na Grande São Paulo, estava habituada a superar obstáculos. Um problema
congênito fez com que sua perna não se desenvolvesse e ela precisasse
usar prótese desde criança. A mãe se desdobrava em mais de um emprego
para sustentar sozinha a moça e o irmão. Formada em marketing na
Faculdade Metodista, Yzalú dedicou-se ao trabalho, mas percebeu que,
para ascender, demoraria muito mais tempo do que os colegas. “Não havia
nenhuma mulher negra em cargos executivos na empresa”, diz.
Depois de oito anos de multinacional, decidiu seguir sua paixão: a
música. Lançou em março deste ano seu primeiro disco, Minha Bossa É
Treta, em um estilo que define como música periférica brasileira, que
inova ao unir o violão ao rap e leva a influência de jazz, samba,
afrobeat e MPB. A letra de “Mulheres Negras”, que Yzalú lançou em 2012 e
se tornou um divisor de águas na sua carreira, é uma bandeira feminista
e antirracista: “Não fomos vencidas pela anulação social / Sobrevivemos
à ausência na novela, no comercial / O sistema pode até me transformar
em empregada / Mas não pode me fazer raciocinar como criada”.
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Sem medo de enfrentamento
Stephanie Ribeiro, 23 anos:
ativista com 30 mil seguidores e aluna de arquitetura, ela denuncia a
discriminação e ganha notoriedade na internet
Stephanie Ribeiro: “A violência psicológica contra os negros não é considerada no Brasil” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Em 2012, no início do curso de arquitetura na PUC-Campinas, Stephanie
Ribeiro viu um anúncio de uma vaga de estágio apenas para candidatos
homens. “Achei absurdo, mas para meus colegas era normal”, diz.
Indignada, começou a procurar livros e grupos feministas e, de lá para
cá, tornou-se referência no assunto. Natural de Araraquara (SP), ela tem
hoje 30 mil seguidores no Facebook e textos publicados em dezenas de
sites. Ganhou fama com seu ativismo e os posts contundentes.
Stephanie não vem tendo uma experiência boa na universidade. “Sempre
me senti isolada. Como bolsista do Prouni, recebo tratamento
diferenciado”, diz. Depois do episódio da vaga, ela denuncia no Facebook
casos de discriminação. Seus relatos ganharam repercussão, o que
incomodou gente dentro e fora da faculdade. “Picharam meu armário e
recebi mensagens anônimas como ‘preta fedida, volta para a África’”,
afirma.
Já ouviu que merecia apanhar, por defender uma colega acusada de
provocar uma briga entre dois rapazes. E porque negros “cheiram mal”. Um
colega perguntou se aceitavam macacos para estágio. Stephanie denunciou
as agressões à faculdade, que abriu uma sindicância, considerada
“inconclusiva”.
Cursando o último ano, Stephanie superou os problemas de baixa
autoestima do passado, pensa em seguir nos estudos e prepara um livro de
ficção. “A violência psicológica contra os negros não é muito
considerada no Brasil”, afirma.
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Resgate pela poesia
Mayara Silva de Souza, 23 anos: a
advogada e poeta trabalha pela autoestima de meninas e quer que as
conquistas das mulheres negras sejam vistas como algo normal
Mayara Silva de Souza: “Quando estiver bom para a mulher negra, estará bom para todos” / Foto: Felipe Gabriel/Agência IstoÉ
Depois de uma infância vivida no quarto da empregada – de onde só
saía para ir à escola –, a advogada Mayara Silva de Souza passou a
adolescência entre pontos de venda de drogas e livros. “Entre meus 14 e
16 anos, estudava muito em casa, mas várias vezes fui buscar meu irmão,
então usuário, em biqueiras”, lembra. Mesmo depois de entrar na
faculdade, ela continuou se preocupando em resgatar jovens. Levou o
movimento de literatura marginal para as Fundações Casa e presídios. Com
três amigos do coletivo Piratas do Tietê, criou o Asas Abertas, uma
programação de saraus para detentos,com poesia feita na periferia.
Hoje, aos 23 anos, além de poeta e ativista social, Mayara é bacharel
em direito, com título da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). E também
gestora e conselheira do Plano de Menina, projeto para empoderar
crianças das comunidades do Grajaú (onde cresceu e mora até hoje) e do
Capão Redondo, em São Paulo.
Toda a dedicação é para que as conquistas das mulheres negras deixem
de ser vistas como um feito extraordinário. “Quando digo que sou
advogada, escuto uma interjeição de surpresa. Quantas amigas brancas são
advogadas e ninguém se surpreende? Quero que nosso cabelo e nossa cor
deixem de ser polêmica”, diz. E vai mais fundo: “As pessoas precisam
entender que, quando estiver bom para a mulher negra, estará bom para
todos.”
fonte: Revista Planeta
A Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial - COPIR, da Secretaria Adjunta de Ensino da Secretaria de Estado de Educação do Pará - SAEN/SEDUC, promove, em parceria com o Serviço de Educação - SEC - do Museu Paraense Emílio Goleldi - Parque Zoobotânico, o SARAU CABAÇA DA EXISTÊNCIA.
O evento será no dia 20 de novembro, domingo, com início às 9h, no prédio "Castelinho".
A abertura será com as palavras da Profa.
Creusa Trindade - Coordenadora da
COPIR/SEDUC e Profª Lúcia
Santana - Coordenadora de Serviço de Educação (SEC) do Museu
Paraense Emílio Goeldi - Parque Zoobotânico.
Posteriormente
dar-se-á o Ato-show
com atrações da cultura afro-brasileira com o Projeto Sarau Cabaça
da Existência.
Aprogramação
seguirá até as 13h30 com diversas atrações, conforme relação
abaixo:
HORÁRIO
ATRAÇÃO
INSTITUIÇÃO
TEMPO
09h00-09h10
Pronunciamento
da Profª Lúcia Santana
SEC/MPEG
10min
09h15-09h30
Pronunciamento
da Creusa Batista
COPIR/SEDUC
15min
09h35-10h10
Escola
Galdêncio Ramos: Dança Afro brasileira
SEDUC
30min
10h15-10h30
Relato
de experiência da Escola Temístocles de Araújo
SEDUC
15min
10h35-11h05
Apresentação
de Cobra Venenosa: Carimbó e Poesia
Cobra
Venenosa
30min
11h10-11h20
Relato
de experiência com o Prof. Vinicíus Darlan
SEDUC
10min
11h25-11h35
Pronunciamento
de Andrey Fábio Santos Sales do Grupo de Estudos de Religiões de
Matrizes Africanas
GERMAA
10min
11h4012h00
Coletivo
Casa Preta: Musicalidade e dança
Instituto
Casa Preta
20min
12h05-12h15
Relato
de Experiência com a Profª Antonia Brioso
SEDUC
10min
12h20-12h30
Relato
de experiência prof. Guilherme Trindade da Escola Francisco
Berton
SEDUC
10min
12h35-12hh45
Grupo
de pesquisas Saberes e práticas Educativas de populações
Quilombola
UEPA
12h50-13h20
Tambor
de Crioula Filhos amigos de Cururupu
Terra
Firme
30mim
ATENÇÃO:
No
decorrer da programação ocorrerá :
Oficina
de Jogos Africanos com os alunos da EEEFM Francisco Berton
Pronunciamento
da COPIR, Museu Emílio Goeldi e GERMAA (10min de tempo para os
pronunciamentos a serem distribuídos no decorrer da programação).
Obs.:
A programação está aberta a alterações conforme acordo entre
coordenação da Copir e convidados relacionados.
O II Edital Gestão Escolar para a Equidade – Juventude Negra
visa contribuir para o desenvolvimento e a implementação de práticas
inspiradoras de gestão escolar que busquem elevar os resultados
educacionais dos jovens negros e negras na rede pública de Ensino Médio.
O objetivo é identificar, reconhecer e acompanhar projetos com foco na
gestão que se proponham a enfrentar de forma criativa as desigualdades
raciais no ambiente escolar e promovam a melhoria da qualidade da
educação dos jovens negros e negras.
De 09 a 11 de novembro, professores/as, gestores/as e técnicos/as que atuam nas Redes Estadual e Municipal de Educação do município de Senador José Porfírio, também chamado carinhosamente de Souzel, participaram do primeiro módulo do Projeto Afro-Pará, que garante formação continuada para implementação da Lei 10.639/2003, instituindo o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica.
Foram dias intensivos de trabalho, leituras e reflexões coletivas de textos, debate sobre filmes que apresentam a realidade do continente africano. O acolhimento foi da Escola Estadual de Ensino Médio Rosa Alvarez Rebelo. A coordenação da formação ficou por conta da pedagoga Simone Araújo e do sociólogo Tony Vilhena.
Muitos professores/as relataram que já fizeram cursos específicos sobre a Lei 10.639, isto facilitou o desenvolvimento do curso, pois a partilha das experiências agilizou a abordagem dos conteúdos. O próximo passo será realizado a distância pela plataforma virtual MADAE e, no primeiro semestre de 2017, haverá novo encontro presencial em Souzel.
COM CIÊNCIAS AFRICANAS
Profa. Ester Silva
A professora Ester Alves da Silva é professora de língua portuguesa na escola estadual Rosa Alvarez Rebelo e escola municipal Jorge Queiroz de Moraes Neto, em Senador José Porfírio. A docente coordena um projeto de africanidades na escola, neste ano o tema do projeto será "Com Ciências Africanas", ocorrerá em meados de dezembro, visando trabalhar as diversas contribuições científicas da África para o mundo, além de divulgar personalidade africanas da política e das artes. A participação dos estudantes é um dos pontos fortes do projeto, pois "eles estão presentes em cem porcento das fases, eles fazem tudo, desde o debate de escolha dos temas, a pesquisa científica até na montagem das barracas com os equipamentos de presentação ao público que visita a Feira", explica Ester Silva.
Se
espera com este projeto no cotidiano da escola é que a comunidade
escolar reconheça a diversidade étnico-racial presente na composição do povo brasileiro e reconheça a origem de sua história, "pois todos nós somos filhos da África e precisamos desmitificar a historiografia que apresenta o negro só como escravo, que nos conscientizemos da importância de se estudar a África e que está
consciência contribua contra o preconceito racial", conclui a professora.
O público que participa do projeto é composto por visitas organizadas de outras escolas, mães, pais e responsáveis dos estudantes envolvidos, além da comunidade em geral. As dificuldades enfrentadas estão nos custos do evento. Mas estas dificuldades são vencidas pela determinação e auto-mobilização dos estudantes e professores que fazem coletas e rifas para arrecadar fundos que cubram as despesas. Cada turma ajuda do seu jeito e dentro de suas possibilidades, fortalecendo o espírito de grupo dos organizadores. Aguardaremos notícias para compartilharmos mais esta experiência exitosa de implementação da Lei 10.639 nas escolas públicas do Pará.
De 17 a 21 de outubro de 2016, a cidade de Vitória do Xingu recebeu o primeiro módulo da formação continuada intitulada Afro-Pará. O projeto refere-se à formação de professores/as, gestores/as e técnicos/as da Rede Pública Estadual para atender o que determina a Lei nº 10.639/03, que torna obrigatória a temática História e Cultura e Africana e Afro-Brasileira, no âmbito do currículo da Educação Básica.
A pedagoga Marcia Helena Alves do Carmo e o sociólogo Tony Vilhena foram os técnicos da Copir que mediaram a formação. Participaram profissionais da educação da Seduc e da Semed, visando o aprimoramento de metodologias de tratamento dos conteúdos das africanidades nas escolas como estratégia de enfrentamento ao racismo. A
professora Joelma Ferreira teve interesse em participar da formação por
considerar que, embora a Lei 10.639 já tenha dez anos de vigor, a
temática da igualdade racial ainda está muito rarefeita no cotidiano das
escolas. "A inclusão da temática na escola deveria ser garantida, pois
ainda observamos muito preconceito na escola e falar sobre africanidades
pode contribuir para a compreensão dos alunos negros da origem e beleza
de sua negritude", opina Ferreira. A presença de professores e professoras de todas as áreas do conhecimento garantiu contribuições enriquecedoras, além de permitir interações e trocas de ideias para futuros projetos sobre a temática da diversidade étnico-racial. Este foi apenas o primeiro módulo e tratou especificamente da história da África. O segundo módulo será à distância, usando a plataforma disponibilizada pelo Centro de Formação de Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará (Cefor). E no início de 2017 haverá o terceiro módulo de forma presencial, fechando o total de 120 horas.
GESTÃO ESCOLAR PARA EQUIDADE -JUVENTUDE NEGRA
No dia 24 de outubro, foi apresentado no Centro Cultural Praça das Artes em São Paulo, com apoio do instituto UNIBANCO, o BAOBÁ e UFSCAR, o II lançamento do Edital Gestão para Equidade - Juventude Negra, com o objetivo de implementar práticas no espaço escolar de melhorias das relações etnicorraciais capazes de trazer avanços nos resultados dos estudantes negros e negras do ensino médio.
As escolas públicas de ensino médio e organizações sociais que atuam na área da educação estão convidados a apresentar os seus projetos , que devem contemplar quatro eixos: valorização da diversidade, combate as desigualdades, estímulo ao protagonismo juvenil e participação da comunidade escolar.
A Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial -COPIR, que esteve representada pela professora Deusilene Lisboa, sente-se grata por ter participado deste evento tão importante para a superação do racismo e o empoderamento da juventude negra, no sentido de pertencimento étnico e protagonismo na sociedade.