EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Chamada para Coletânia de cultura, memória, história e patrimônio dos afro-brasileiros

A coletânea busca reunir trabalhos acadêmicos interdisciplinares que abordam temas relacionados a cultura, memória, história e patrimônio dos afro-brasileiros, com foco em estudos e pesquisas sobre populações negras a partir de uma abordagem epistemológica que assuma o legado africano como uma precondição essencial para a produção e desenvolvimento de conhecimento e que problematizam a preservação das várias referências/expressões da cultura afro-brasileira, dentro da perspectiva das políticas de ações afirmativas e de uma educação para as relações étnico-raciais, conforme preconiza a LDB (Art. 26A) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (Resoluções CNE/CP Nº 01/2004 e 03/2004).
O reconhecimento, a valorização e a preservação das memórias, saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, lugares e formas de expressão (cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas) permitem compreender e visibilizar melhor a história e a cultura da população afro-brasileira e suas estratégias de sobrevivência no contexto da diáspora africana no Brasil, cuja lógica do racismo marca a formação da identidade nacional.
Em diferentes configurações sociais e utilizando diversas estratégias a população negra resguarda suas tradições e a memória por meio de suas festas, rezas, culinária, clube sociais e territórios quilombolas entre outros. O que nos leva a considerar essas práticas sociais e coletivas como um “lugar de memória”, que consiste na necessidade de serem entendidas como espaço de construção de identidades.
Os negros e as negras inseridos dentro dessas práticas culturais são herdeiros não apenas da memória de seus antepassados, mas também de um capital cultural simbólico que remonta a práticas antigas ligadas a tradição. Salvaguardar a memória, saberes celebrações e lugares do povo negro como patrimônio cultural reflete a necessidade de mudanças, que permitam a estes povos e comunidades, a experiência de viver sua cidadania sem que tenham que abrir mão de suas práticas culturais, sociais e econômicas.

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