EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Estudantes assimilam de forma lúdica as culturas indígena e afro-brasileira

Jogos e brincadeiras indígenas e africanas funcionam como instrumentos pedagógicos para mil estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Fernando Berton, no bairro do Tapanã, por meio de programação coordenada pelo professor de Educação Física, Guilherme Piedade. Uma exposição dos jogos e brincadeiras pesquisados e confeccionados pelos alunos movimentou os estudantes na quadra de esportes da unidade escolar, ao longo da manhã desta segunda-feira (1). “Eu gosto muito de participar das atividades relacionadas a jogos desse projeto porque faz a gente pesquisar e incentiva a estudar as disciplinas da escola”, afirmou a estudante Thais Lima, 13 anos, que expôs o Jogo do Muiraquitã.
Como parte da exposição Ludicidade Africana e Indígena, foram reunidos 17 jogos de tabuleiros africanos, 17 jogos de tabuleiros indígenas, 17 brinquedos africanos e cinco brinquedos indígenas. Foi organizado um mural com fotos dos estudantes participando de dez brincadeiras indígenas. O professor Guilherme Piedade destacou que esse trabalho de pesquisa dos estudantes correspondeu a uma das avaliações do ano letivo. Na coordenação das atividades, Guilherme foi acompanhado pela diretora Carmen Shirley Soares e vice-diretora Sandra Sacramento.

Integração

Maíra Arruda, 17 anos, demonstrou ao outros colegas de escola como se joga a peteca indígena. “Nesse jogo se usa a fruta Semente de Morcego e caroços de tucumã em uma peneira. São cinco peças para cada um dos jogadores e ganha quem acertar a peça no centro da peneira e ficar com as peças do adversário”, afirmou. Outro grupo de alunos aproveitou para conhecer e jogar o peão indígena, em formato de argila e gravetos. “Tem que acertar colocar o graveto na cabaça e para isso tem que planejar cada jogada”, declarou o estudante Jhonatan Garcia Costa, 13 anos, brincando com o biboque, de origem indígena. O aluno José Nazareno Lima, 12 anos, estava encantado com o jogo de argola africano. Junto com José Nazareno, o aluno Pedro Cardoso, 13 anos, afirmou que “aprende e se diverte”.

Esse projeto se fundamenta na Lei nº 10.639/03, que estabelece o ensino da História da África e da cultura afro-brasileira nas escolas e a 11.645/08, prescrevendo o enfoque na cultura indígena nas unidades escolares. “Eles pesquisaram a história e as regras dos jogos e brincadeiras e confeccionaram os tabuleiros e peças. Com essas atividades, os alunos podem conhecer e assim valorizar a cultura brasileira e desenvolver o raciocínio lógico, a observação, a concentração, disciplina e respeito ao oponente”, ressaltou o professor Guilherme. O aluno Roberto Ribeiro, 14 anos, sintetizou a relação dele com a brincadeira Passa Passa africano: “Eu gosto do desafio do jogo”. Em breve, os jogos indígenas e africanos deverão ser expostos em outras escolas da rede pública estadual de ensino.

Eduardo Rocha
Secretaria de Estado de Educação







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