A inclusão de aspectos da história e cultura dos povos negros nos
currículos escolares no país – incluindo duas escolas públicas estaduais
no Pará –, à luz da Lei federal 10.639, de 2003, é acompanhada pela
doutoranda da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e
pesquisadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
Gianna Sanchez.
Ela está em Belém desde o dia 16, e já se reuniu com estudantes, gestores e professores da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, no bairro do Souza. Nesta quinta-feira (24) à tarde, Gianna estará na Escola Estadual Professor Ademar de Vasconcelos, no município de Salvaterra, na Ilha do Marajó.
A pesquisadora levanta informações sobre a aplicação da Lei 10.639/ 03 nas escolas e reúne experiências exitosas em cinco Estados: Pará, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Ao todo, são dez escolas no foco da pesquisadora. “Na Escola Costa e Silva os professores desenvolvem projetos e ações em sintonia com a lei. Eles fazem um trabalho inovador por meio do Programa Ensino Médio Inovador (Proemi)”, ressaltou.
Uma das experiências da Escola Costa e Silva que chamou a atenção da pesquisadora é a conciliação que estudantes e professores fazem entre teoria e prática, em que conteúdos trabalhados em sala de aula são esmiuçados na pesquisa de campo, em locais específicos. Um desses locais é uma comunidade quilombola, a Escola Quilombola do Baixo Acará.
Integrante do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo, vinculado ao Pnud, Gianna Sanchez informa que ao final do levantamento ela aproveitará as informações na tese de doutorado e também na elaboração de artigos.
No Marajó, Gianna Sanchez conhecerá as ações na Escola Professor Ademar de Vasconcelos, no centro de Salvaterra, onde a maioria dos estudantes é proveniente de comunidades quilombolas. “Há cinco anos atuamos na aplicação da Lei 10.639/ 03, objetivando elevar a autoestima dos estudantes, impulsionar o aprendizado, a prevenção e o combate à evasão escolar, incentivar a integração interdisciplinar e o relacionamento entre os alunos”, observa o professor Vinícius Darlan Andrade.
Esta escola foi destaque no 7º Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero: experiências de promoção da igualdade étnico-racial em ambiente escolar, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), de São Paulo, por um projeto de conscientização contra o racismo. A escola levou o prêmio da categoria Professor de Educação Escolar Quilombola, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Vinicíus Darlan Andrade, 35 anos, dos quais sete voltados para a docência.
Texto: Eduardo Rocha
Fotos: Ascom Seduc
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