Professores, técnicos em educação e diretores de 21 escolas da rede
estadual de ensino participam, até quinta-feira (6), do I Encontro de
Formação de Multiplicadores para a promoção da cultura de paz no
ambiente escolar. Além de formar agentes multiplicadores do combate à
violência nas escolas, o encontro tem como objetivo promover a
elaboração de um projeto escolar voltado para a prevenção, além de
apresentar oficialmente a cartilha “Escola em paz é possível: vamos
nessa!”, elaborada pela Coordenação de Ações Educativas Complementares
(Caec) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
A cartilha traz orientações sobre a boa convivência, leis de amparo a
crianças e adolescentes, direitos e deveres das crianças e endereços de
instituições de auxílio, como Conselho Tutelar, Divisão de Atendimento
ao Adolescente (Data) e Centro de Atenção Psicossocial (Caps). A ação
faz parte do projeto “Bem Conviver”, que será desenvolvido inicialmente
em 21 escolas estaduais, dez de tempo integral. Elas foram escolhidas
com base em estudo do Pro Paz por apresentarem maior vulnerabilidade.Em três dias de evento, o público participa de debates, mesas redondas e oficinas, dentro da temática de prevenção da violência. A primeira mesa redonda, presidida pela coordenadora da Caec, Selma Couto, trouxe como tema “Conhecer para prevenir: concepções, características e tipos de violência no contexto escolar”. Dentre os vários problemas diariamente enfatizados pela mídia, disse ela, estão exemplos de escolas que coibiram, com pequenas ações e projetos, a violência no ambiente escolar.
Convidado para uma conversa com os participantes, o coordenador do Observatório da Violência da Universidade da Amazônia (Unama), Cláudio Cruz, falou da importância da tríade família-escola-equipes multidisciplinares para a boa execução do projeto. “É preciso que todos estejam integrados. Muitas vezes percebemos o distanciamento dos pais na escola e a falta de uma equipe que possa recebê-los com a criação dos ‘plantões psicológicos’ para auxílio de toda a família”, comentou.
O professor de história e estudos amazônicos Carlos Martins observou que faltam respeito e vontade à atual geração. “Filho de mãe ambulante e órfão de pai, eu tinha tudo para dar errado. Comecei a estudar aos 11 anos porque tinha que trabalhar, mas me dediquei e venci. Falta atitude à juventude de hoje”, afirmou.
Com mais de 20 anos dedicados à educação, a professora de educação geral Claúdia Pereira, da escola Rosa Gattorno, do bairro do Guamá, foi aplaudida de pé ao falar da experiência com jovens em turmas com distorção idade-série. “O que falta nas escolas e aos professores é amor, compreensão, carinho. Falta entender que um dia somos professores, em outros somos mães, psicólogas, amigas. No final de tudo somos pessoas humanas capazes de entender o problema e as dificuldades de cada um”, frisou.
Texto: Fabiana Batista
Fotos: Advaldo Nobre
Ascom/Seduc
Nenhum comentário:
Postar um comentário