Desde 1886, vários países do mundo
celebram o dia 1º de maio como a data comemorativa das conquistas dos
trabalhadores ao longo da história. No Brasil, mesmo com a Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT em 1943, as diferenças históricas
desfavoráveis aos negros no mercado de trabalho ainda persistem.
Um estudo divulgado em 2011 pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade)
apontou que na região metropolitana de São Paulo (universo da pesquisa) a
taxa de desemprego dos negros é maior que a dos não negros (brancos e
amarelos) e o rendimento é menor.
Segundo o levantamento, a inserção dos
trabalhadores negros é proporcionalmente maior na construção civil e no
emprego doméstico, setores em que predominam postos de trabalho com
menores exigências de qualificação profissional, menores remunerações e
relações de trabalho mais precárias e, por tudo isso, menos valorizados
socialmente.
Ao observar o rendimento mensal real do
trabalho, a desigualdade de raça e a de gênero também prevalece. De
acordo com o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil
2007-2008, elaborado pelo Instituto de Economia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), o salário médio dos homens brancos em todo
país equivalia, em 2006, a R$1.164,00, valor 53% maior do que a
remuneração obtida pelas mulheres brancas, que era de R$ 744,71. O
rendimento dos homens brancos era ainda 98,5% superior ao dos homens
negros e pardos, que era de R$ 586,26. Era ainda 200% superior ao
rendimento das mulheres negras.
Educação como caminho –
Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares
(FCP), lembra que algumas regras de admissão acabam favorecendo os não
negros e a educação é uma das maneiras de vencer essa barreira. “É preciso vencer a resistência, que há no mercado de trabalho, de colocar negros nos postos de comando. A
raça negra não pode ser tratada como se não tivesse capacidade para
assumir as oportunidades de emprego nas áreas públicas ou privada.”, analisa.
Cotas no mercado de trabalho
– Para o deputado federal Vicentinho (PT-SP), o sistema de cotas para
negros em universidades deve servir de base para a adoção dessa política
em outros setores, como o mercado de trabalho.
Vicentinho é autor do Projeto de Lei nº
5882/05, que obriga as empresas a contratar trabalhadores negros na
proporção correspondente ao percentual de negros da região onde estão
sendo oferecidas as vagas. Além disso, pelo texto, as companhias terão
de desenvolver mecanismos que assegurem aos funcionários negros as
mesmas oportunidades de ascensão profissional concedidas aos outros
empregados.
“Se o povo negro é excluído e
discriminado na universidade, ele também é no trabalho. Muitas vezes, o
negro não consegue emprego ou, quando consegue, não tem assumido cargos
de relevância. Por isso, é importante buscarmos a melhoria na condição
de vida da população negra“, afirma o parlamentar.
Por Drielly Jardim
Fontes: r7.com e Rede Brasil Atual.
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