EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

OS TEMPOS E OS ESPAÇOS NO ESTUDO DA HISTÓRIA AFRICANA


Compartilhamos o link do Centro de Referência Virtual do Professor da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Nele você vai encontrar discussões sobre os desafios do ensino de história e cultura africana. Ele promove o debate de questões referentes ao estudo e ensino-aprendizagem da rica e complexa história do continente, priorizando reflexões, atividades e proposições sobre os tempos e os espaços africanos na história e no campo da cultura.
Mãos à obra e bom trabalho!!!

Filmoteca proposta

Alguns filmes recentes¹ para exibição e também para sua formação como professor/a disponíveis no mercado brasileiro
  • Kiriku e a feiticeira – Direção: Michel Ocelot, 1998 – desenho animado em que o protagonista é um menino africano às voltas com uma feiticeira má. Inspirado em conto africano, o filme é uma rara produção disponível em português para crianças. No site do CEERT há uma experiência premiada de utilização em sala de aula deste filme. Ver emhttp://www.ceert.org.br/modulos/educacao/edicoes.php
  • Mestre Humberto: Direção: Rodrigo Savastano. Brasil, 2005, 20 minutos. Um passeio pela Lapa, Campo de Santana e pela África. Mestre Humberto, doutor em percussão e poesia, profeta poliglota da Lapa. Nesse curta falado em português, alemão e quimbundo, ele toca, canta e cita Sócrates. Pode ser acessado no site: www.portacurtas.com.br
  • Maré Capoeira – Direção: Paola Barreto - Maré é o apelido de João, um menino de dez anos que sonha ser mestre de capoeira como seu pai, dando continuidade a uma tradição familiar que atravessa várias gerações. Um filme de amor e guerra. In: www.portacurtas.com.br
  • Instrumentos africanos – Bira Reis, um especialista. Documentário. Direção: Júlio Worcman, 1988. Na Feira do Interior 1988, que reuniu em Salvador atrações dos diversos municípios da Bahia, o mestre Bira Reis apresenta sua pesquisa sobre curiosos instrumentos africanos. In: www.portacurtas.com.br
  • Som da Rua – Vodu. Direção:Roberto Berliner, 1997, 2 minutos. Miriam Laveau é uma sacerdotisa vodu de Nova Orleans, herdeira creole das mais antigas tradições africanas. Aqui ela apresenta os cânticos vodus que falam da liberdade, mas para Miriam a liberdade, como ela aconteceu, só tornou as pessoas escravizadas. Pode ser acessado no site: www.portacurtas.com.br
  • Amistad: Direção: Steven Spielberg – Baseado numa história real, o filme conta a viagem de africanos escravizados que se apoderam do navio onde estavam aprisionados e tentam retornar à sua terra natal. Quando o navio, La Amistad, é capturado, os africanos são levados aos Estados Unidos, acusados de assassinato e aguardam sua sentença na prisão. Inicia-se então uma contundente batalha, que chama a atenção de todo o país, questionando a própria finalidade do sistema judicial americano.
  • Hotel Ruanda: Direção: Terry George. Em meio a um conflito que matou quase um milhão de pessoas em menos de 4 meses, em Ruanda, a biografia de um gerente de um Hotel em meio à luta para salvação de pessoas. O filme possibilita refletir sobre a herança colonial belga em Ruanda, o papel da ONU e os desafios implicados para superação do trauma pós-colonial.
  • Um Grito de Liberdade: Nos anos 1970, na África do Sul do apartheid, Donald Woods (Kevin Kline) é um jornalista branco que conhece e se torna amigo de Stephen Biko (Denzel Washington), o importante militante pelos direitos dos negros. Quando Biko é morto na prisão, em 1977, Woods percebe a necessidade de divulgar a história do ativista, a perseguição que sofreu, a violência contra os negros, a crueldade do regime do apartheid. Mas ele e sua família também se tornam alvos do racismo, e precisam deixar o país às pressas
  • Atlântico Negro: na Rota dos Orixás Direção – Renato Barbieri, 1988. O documentárioAtlântico Negro: nas rotas dos Orixás aborda a importância da história e cultura africana para o Brasil. O documentário evidencia a semelhança existente entre estes povos, sobretudo nos campos da religiosidade, da musicalidade, da língua, dos hábitos alimentares, da estrutura familiar e das manifestações culturais. Durante as cenas do filme são desconstruídas visões etnocêntricas e de censo comum sobre o continente Africano. A idéia de um território que vive em constante estado de guerras étnicas e civis, de fome e total miséria é desmistificada para mostrar a profunda experiência cultural da África e os intercâmbios ainda hoje em curso com o Brasil.
  • Nas montanhas da Lua – Direção: Bob Rafelson. 1990. Baseado no livro de William Harrison. Em 1850 dois oficiais britânicos começam uma aventura para descobrir a fonte do Nilo. O filme aborda os diferentes interesses em jogo no longo processo de exploração científica levado a cabo por sociedades científicas européias em direção ao continente africano, evidenciando as representações sobre o continente e a relação desigual entre as culturas européia e africana no curso desta história.
  • O elo perdido. Direção: Ficção. Expedição científica européia do século XIX captura dois pigmeus tidos por exploradores como o elo perdido. O casal capturado passa a ser estudado por cientistas que se utilizam do aparato científico do século XIX (craniometria, biometria e antropologia física) para comprovação de sua polêmica (posteriormente superada) hipótese a respeito do lugar dos pigmeus africanos na narrativa da evolução humana.
  • TV Escola – vídeos de 1 a 20 minutos, produzidos no âmbito do Programa TV Escola, MEC, disponíveis para download em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do Há uma série especial História e cultura africana e afro-brasileira.
  • O jardineiro fiel – Drama.Direção de Fernando Meirelles, 2005. Adaptação do livro de John Lé Carré. O filme permite problematizar o tema da exploração da população africana pela indústria farmacêutica.
(¹) Evidentemente você encontrará muitos outros filmes sobre a África. Faça sua própria lista de bons filmes.

Sites

Sugestões de sites para você visitar alguns centros de estudos do Brasil sobre história e cultura da África.

Paradidáticos e literatura

Nos últimos anos, pode-se observar um crescimento de produções paradidáticas e de literatura que abordam aspectos diversos da história e cultura dos povos africanos. Veja alguns exemplos de materiais que estão disponíveis no mercado e que podem contribuir para os estudos sobre África junto a crianças e adolescentes:

Obras que tratam de aspectos diversos da história da África e da presença africana no Brasil:

  • “Histórias da Preta”, de Heloísa Pires de Lima, publicada pela Cia. das Letrinhas, em 1998: a obra se propõe reunir “informação histórica, reflexão intelectual, estímulos ao exercício da cidadania e historinhas propriamente ditas (tiradas da mitologia africana, por exemplo)”. Foi premiada com o título “Altamente Recomendável” pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, em 1998.
  • “Agbalá, um lugar continente”, da artista plástica Marilda Castanha, inicialmente publicada pela Editora Formato, em 2001, foi reeditada pela Editora Cosac Naify, em 2008.  A obra intercala pequenos textos com belíssimas ilustrações, que retratam, além de aspectos da vida cotidiana de escravos e da população afro-descendente, um pouco do universo mítico e simbólico desses sujeitos. A autora dá um destaque para as religiões de matriz africana, evidenciando o empreendimento de uma pesquisa cuidadosa sobre simbologias, rituais e seus significados. Ao final da obra, apresenta pequenos textos informativos sobre aspectos diversos da história africana e afro-brasileira, relacionado-os com episódios da história brasileira, em geral.

Obras que reproduzem contos da tradição oral africana

  • O escritor Rogério Andrade Barbosa morou na África e recolheu diversos contos, mitos e lendas originários  de diferentes grupos étnicos africanos, a partir dos quais escreveu várias obras para crianças e jovens. Entre suas várias obras, vale a pena conhecer uma série ilustrada pro Graça Lima e publicada pela  Difusão Cultural do Livro – DLC. A série tem como características um cuidadoso projeto gráfico e edição de boa qualidade, com papel brilhante, belas ilustrações e texto introdutório com dados sobre o conto, o povo de onde provém e sua localização em mapa do continente africano. São títulos desta série:
    • “Duula, a mulher canibal” (1999): reúne contos da tradição oral somali;
    • “Como as histórias se espalharam pelo mundo” (2002): conto de literatura oral do povo Ekoi, Nigéria;
    • “O filho do vento” (2003); conto de literatura oral dos bosquímanos, povo do deserto do Kahahari;

  • “Histórias africanas para contar e recontar”, também de Rogério Andrade Barbosa e ilustrações de Graça Lima, publicado pela Editora do Brasil, em 2001.
  • Coleção Árvore Falante, publicado pela Editora Paulinas:
    • “Contos africanos para crianças”, de Rogério Andrade Barbosa, ilustrações de Maurício Veneza, 2004;
    • “Outros contos africanos para crianças brasileiras”, de Rogério Andrade Barbosa, ilustrações de Maurício Veneza, 2006;
    •  “Ulomma: a casa da beleza e outros contos”, do autor nigeriano Sunday Ikechukwu Nkeechi, ilustrado por Denise Nascimento (2006);
    • “Sua magestade, o elefante”, de Luciana Savaget, ilustrações de Rosinha campos;
    • “Histórias trazidas por um cavalo marinho”, Edimilson de Almeida Pereira (2005);

  • “Gosto de África: histórias de lá e daqui”, de Joel Rufino dos Santos, ilustrado por Cláudia Scatamacchi e publicado pela Global, em 1998 (com a 4ª edição em 2005): traz “mitos, lendas e tradições negras”, alternando o cenário africano e brasileiro.
  •  “Era uma vez na África”, de Jean Angelles e Gleydson Caetano (ilustrador), publicado pela LGE, em 2006, traz “adaptação de fábulas e histórias do folclore africano”.
  • “O Baú das histórias: um conto africano recontado e ilustrado por Gail E. Haley”, da Global (2004);
  • “Bruna e a galinha D´Angola”, de Gercilga de Almeida, com ilustrações de Valéria Saraiva, publicada pela EDC e Pallas, em 2000, que se destaca pelas belíssimas ilustrações;
  • “Sikulume e outros contos africanos”, uma adaptação de Júlio Emílio Braz, ilustrado por Luciana Justiniani, publicado pela Pallas, em 2005;
  • “Que mundo maravilhoso”, de Julius Lester & Joe Cepeda, traduzida por Gilda de Aquino e publicado pela Brinque-Book, em 2000;
  • “Os comedores de palavras”, de Edimilson de Almeida Pereira e Rosa Margarida de C. Rocha, publicado pela Mazza, em 2004;
  • Coleção Mama África, publicada pela Editora Língua Geral:
    • “Debaixo do arco-íris não passa ninguém”: reune poemas escritos a partir de canções, provérbios e adivinhas da tradição oral dos povos nganguela, tchokwé e bosquímano (de Angola), escrito por Zetho Cunha Gonçalves e ilustrado por Roberto Chichorro, 2006;
    • “O filho do vento”, de José Eduardo Água Lusa e Antônio Olé (ilustrador), 2006.
    • “O homem que não podia olhar para trás”, de Nelson Saúte e Roberto Chichorro (ilustrador), 2006;
    • “O beijo da palavrinha”, de Mia Couto e Malangatana (ilustradora), 2006;

Obras que abordam aspectos diversos da religiosidade de matriz africana:

  • “Iansã: a deusa da guerra”, de Fábio Lima e Thiago Hoisel (ilustrador), publicado pela EDUNEB, 2006;
  • Trilogia “Mitologia dos Orixás para Crianças e Jovens”, publicada pela Companhia das Letrinhas, com textos de Reginaldo Pranti e ilustrações de Pedro Rafael. Reginaldo Pranti  é professor de sociologia da USP e escritor premiado pelo Ministério da Cultura, CNPQ e SBPC, por sua contribuição à preservação da cultura afro-brasileira.
    • “Ifá, o adivinho: histórias de deuses africanos que vieram para o Brasil com os escravos” (2002): primeiro livro da trilogia, recebeu o prêmio de Melhor Livro Reconto, pela Fundação Nacional do Livro Infantil, e Juvenil – FNLIJ, em 2003;
    • “Xangô, o trovão: outras histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil com os escravos” (2003);
    • “Oxumaré, o arco íris: mais histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil com os escravos” (2004).

Obras que apresentam histórias diversas, envolvendo  cenário e personagens africanos, no passado e no presente:

  • “Doce princesa negra”, de Solange Cianni e Felipe Massa Fera (ilustrador), publicado pela LGE, em 2006 (Série “Orgulho da raça”);
  • “Os sete novelos de Kwanzaa”, de Ângela Shelf Medearis e Daniel Minter (ilustrador), publicado pela Cosac Naify, em 2005;
  • “As tranças de Bintou”, de Sylviane Diouf e Shane W. Evans (ilustrador), publicado pela Cosac Naify, em 2004;
  • ”A África, meu pequeno Chaka”, de Marie Sellier e Marion Lesage, traduzido por Rosa Freire D´Águiar, publicado por Cia. Das Letrinhas, em 2006;
  • “Meu avô, um escriba”, de Oscar Guelli, ilustrado por Rodval Matias, publicado pela Ática, em 2006, que traz a história de uma menino egípcio, educado por seu avô para ser um escriba; 
  • “Amkoullel, o menino Fula”, de Amadou Hampatê Ba, tradução de Xina Smith Vasconcelos, publicado pela Casa das Áfricas e Pallas Athena, em 2003, que conta a história de um menino que vive na região das savanas, ao sul do Saara, e se transforma em mestre da história oral e especialista no estudo das sociedades negras africanas das Savanas;
Fonte: Centro de Referência Virtual do Professor - SEDUC/MG

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