III PENSANDO ÁFRICAS E SUAS DIÁSPORAS
De 14/07/2012 até 10/08/2012
O pagamento deve ser depositado na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, AG 0296023, CC 00007927-8 em nome de JANAINA DAMACENO GOMES
O comprovante de pagamento deve ser escaneado e enviado junto com a ficha de inscrição e resumo, para quem for apresentar trabalho.
Organização: GELCI e Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFOP
I ENCONTRO DE ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO
Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico
MARIANA - OURO PRETO/ MINAS GERAIS
26, 27 e 28/09/2012
Maiores informações no www.neabufop@blogspot.com
e no email neab.ufop@gmail.com
O III Pensando Áfricas e suas Diásporas e o I Encontro de Antropologia e Educação, que têm como tema principal Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico, são dois eventos concomitantes que pretendem promover a discussão sobre o
patrimônio afro-diaspórico em suas mais diversas dimensões, tais como,
manifestações culturais, lingüísticas, literárias, filosóficas,
performáticas, dentre outras. O evento vem sendo pensado em conjunto com
diversos grupos de pesquisa do país que têm como viés as questões
étnico-raciais, de gênero e sexualidade, bem como a reflexão sobre a
cultura afro-diaspórica.
Nesta
circular, convidamos pesquisadores, professores, estudantes e
militantes dos movimentos sociais para apresentar suas pesquisas e
relatos de experiências nos Grupos de Trabalho (GTs), como comunicação
oral (relato de experiências finalizadas/pesquisas em andamento ou já
finalizadas), ou pôster (relato de experiências/projetos/pesquisas
iniciais/trabalhos de disciplinas de graduação). Ainda é possível
inscrever minicursos e oficinas. Para todas as inscrições abertas nesta
segunda circular, estudantes da graduação e pós-graduação poderão se
inscrever.
Salientamos mais uma vez que seguindo as outras edições do Pensando Áfricas,
o que pretendemos é que saiamos do evento com reflexões que não se
reduzam apenas à simples certificação para fins curricullates. Embora a
proposta do evento seja visibilizar as pesquisas, grupos e pesquisadores
em formação, ficamos muito honradas em confirmar as presenças dos
professores Kabengele Munanga (USP) e Neusa Gusmão (UNICAMP) em nosso
evento! Estamos também muito felizes com a inscrição de 17 GTs
extremamente interessantes e de alto nível teórico para nosso evento!
Inscrevam-se! Divulguem! participem!!
PERÍODO DE INSCRIÇÕES:
Inscrições para comunicações individuais e pôsteres.De 14/07/2012 até 10/08/2012
Resultado: 17/08/2012
O pagamento deve ser depositado na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, AG 0296023, CC 00007927-8 em nome de JANAINA DAMACENO GOMES
O comprovante de pagamento deve ser escaneado e enviado junto com a ficha de inscrição e resumo, para quem for apresentar trabalho.
TAXAS DE INSCRIÇÃO
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Categoria de participação
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Valor
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Ouvinte e Integrantes de Movimentos Negros
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R$ 10,00
|
Estudante de graduação e profissional de educação básica
|
R$ 20,00
|
Estudante de pós-graduação
|
R$ 30,00
|
Docentes e profissionais de ensino superior
|
R$ 50,00
|
TODOS
OS INSCRITOS DEVEM FAZER SUA INSCRIÇÃO E REALIZAR O PAGAMENTO DE ACORDO
COM SUA CATEGORIA DE PARTICIPAÇÃO. ESTUDANTES E MILITANTES DEVEM ENVIAR
COMPROVANTES ESCANEADOS QUE ATESTEM SUAS FILIAÇÕES ACADÊMICAS E
ATIVISTAS. COMPROVANTE DE MATRÍCULA (ESTUDANTES); CARTA, CARTEIRINHA DE
FILIAÇÃO OU QUALQUER DOCUMENTAÇÃO QUE ATESTE FILIAÇÃO A MOVIMENTOS
SOCIAIS (ATIVISTAS).
ENVIE UM ARQUIVO EM EXTENSÃO WORD (.DOC) COM OS SEGUINTES DADOS:
Ficha de Inscrição
Nome completo:
Endereço residencial:
E-mail:
Telefone: (00) 0000.0000
Tipo de inscrição com apresentação de trabalho
( ) pôster
( ) comunicação oral
Escreva por extenso três opções de GT:
1.
2.
3.
Categoria de participação
( ) Estudante de Graduação ( ) Estudante de Pós-Graduação
( ) Professor de ensino superior ( ) Ouvintes
(
) Professor da rede básica ( )
Militante
( ) Outro
Instituição a que se encontra vinculado:
Tipo de vínculo:
Endereço profissional:
APRESENTAÇÃO DE RESUMOS PARA TODAS AS MODALIDADES
Os
resumos devem ser apresentados com extensão em Word (.doc) e deverão
conter: título da proposta em maiúsculo/negrito, separado por uma linha
do nome, titulação e instituição dos proponentes (não necessariamente
instituições de ensino superior). Extensão mínima de 200 e máxima de 500
palavras, em página A4 (21X29,7 cm), com letra tamanho 12, fonte Times
New Roman, justificado, sem parágrafo e margens de 2,5 cm, espaçamento simples.
*AS INSCRIÇÕES DEVERÃO SER ENVIADAS PARA O SEGUINTE EMAIL: NEAB.UFOP@GMAIL.COM com
a indicação do GT no qual o trabalho gostaria de ser inserido. A
seleção dos resumos ficará à critério do coordenador do GT. O
comprovante de depósito deve ser escaneado e enviado junto com a ficha
de inscrição e resumo. Para quem já inscreveu Minicurso, Gt e SC, basta
apenas enviar a ficha e o comprovante de pagamento. *
ABAIXO, TODOS OS GTS APROVADOS NOS SEUS RESPECTIVOS EIXOS TEMÁTICOS.
1. CORPO, SEXUALIDADES E MASCULINIDADES NEGRAS
GT1 SEXUALIDADES E EDUCAÇÃO
Profa. Dra. Suely Messeder (UNEB)
Acolhe trabalhos que reflitam como as práticas e representações sobre as sexualidades, os corpos e as relações de gênero são vivenciadas nos processos históricos, contingentes, estruturais e estruturantes. É considerado de especial interesse trabalhos que discutam as questões de diversidade sexual e de pluralidade de expressões de gênero nos processos aprendizado, bem como aqueles que reflitam sobre a temática da diversidade sexual e da formação de professores e suas implicações em termos de políticas curriculares.
Profa. Dra. Suely Messeder (UNEB)
Acolhe trabalhos que reflitam como as práticas e representações sobre as sexualidades, os corpos e as relações de gênero são vivenciadas nos processos históricos, contingentes, estruturais e estruturantes. É considerado de especial interesse trabalhos que discutam as questões de diversidade sexual e de pluralidade de expressões de gênero nos processos aprendizado, bem como aqueles que reflitam sobre a temática da diversidade sexual e da formação de professores e suas implicações em termos de políticas curriculares.
2. GÊNERO E CONSTRUÇÕES DE FEMINILIDADES
GT1 CURRÍCULO, GENERO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS
Prof. Dr. Benedito G. Eugenio (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)
Para
Silva (1995), o currículo pode ser compreendido como um conjunto de
todas as experiências de conhecimento proporcionado aos estudantes,
estando no centro de toda atividade educacional e constituindo o núcleo
do processo institucionalizado de educação. O currículo Numa análise
mais aprofundada, conclui que o currículo é uma área contestada e uma
arena política. De acordo com esse autor, o currículo se sustenta em
três eixos basilares e inseparáveis: a ideologia, pois esta seria
o centro do processo de produção de identidades individuais e sociais
no interior das instituições escolares; a cultura, uma vez que o
currículo é terreno de criação, produção e reprodução cultural, é também
um espaço onde se corporifica formas de conhecimento e de saberes
culturais e, finalmente, o poder, o currículo seria a expressão
das relações sociais de poder, o qual se manifesta através das linhas
que dividem os diferentes grupos sociais em termos de classe, gênero,
etnia etc. A vista disso, Moreira e Silva (2002) afirmam, ainda, que o
currículo não é um elemento transcendente e atemporal ─
ele tem uma história, vinculada às formas específicas e contingentes de
organização da sociedade e da educação. Não se pode admitir qualquer
inocência com relação ao desempenho constitutivo das competências ou
conhecimentos transmitidos nos currículos escolares. O objetivo do Grupo
de Trabalho é reunir pesquisadores, estudantes e profissionais que
estudam as relações entre raça, gênero e currículo nos diferentes níveis
e modalidades da educação. Acolherá estudos empíricos, pesquisas de
síntese ou ensaios teóricos que tomem como base o referencial
teórico-metodológico das ciências humanas e sociais para o estudo de
temáticas como: relações etnicorraciais e de gênero na educação,
propostas e políticas curriculares e sua articulação com raça e gênero,
projetos de combate à discriminação racial na escola, experiências
curriculares com a Lei 10639/03, cultura da escola e diversidade,
formação docente e a articulação com raça e gênero.
GT2 OUTSIDERS A PARTIR DO CORPO E DO GÊNERO
Profa. Dra. Margareth Diniz (Caleidoscópio/UFOP)/Prof. Ms. Marco Antonio Torres(Caleidoscópio/UFOP)/Profa. Dra. Mônica Maria Farid Rahme (Caleidoscópio/UFOP)
O
debate pretende explorar como sujeitos são definidos a partir de uma
ficção do corpo e do gênero que impede uma inteligibilidade de sujeitos
que revelam a naturalização dessas ficções. As negritudes e as
sexualidades passam a ser critérios para a constituição de sujeitos
marcados por uma diferença que buscam estabelecer uma hierarquia de
humana que conduz alguns corpos a violência e ao extermínio. Nessa
perspectiva a questão etnorracial entra como um analisador que faz
compõem marcadores aos corpos que podem funcionar como estigma que
define e mantém alguns sujeitos e grupos como outsiders, conforme
noção elaborada por Norbert Elias. Este, ao reelaborar as pesquisas de
um autor que investigava a delinquência juvenil em uma pequena cidade
inglesa em meados do século XX, passou a focar outra questão, a relação
assimétrica que se estabelecia entre sujeitos que viviam em um contexto
de igualdade. A atribuição de superioridade humana por parte do grupo
estabelecido era sustentada pelos atributos depreciativos que imputavam
ao grupo outsider: desordeiros, incapazes de respeitar leis e normas,
perigosos, sujos etc. Assim propomos analisar como as tensões emergentes
propostas pelas novas ficções emergentes das a partir das sexualidades e
das noções etnorraciais que permitem aos sujeitos questionarem o
estigma que os constituem como outsiders.
3. EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS
GT1 RELAÇÕES ETNICORRACIAIS, PROJETOS E PESQUISAS
Prof. Dr. Roberto Borges (CEFET/RJ)/Liana Biar (CEFET/RJ)/Janaína Oliveira (IFRJ)
Embora
estejamos às vésperas da comemoração da primeira década de promulgação
da Lei 10.639/03, as pesquisas mostram que seus avanços têm sido muito
tímidos ou, ao menos, não correspondem às expectativas dos atores
envolvidos com a temática, pois, mesmo com os marcos legais que exigem
observância e aplicação desta legislação nas instituições de ensino,
grande parte dos professores que se encontra hoje em salas de aula não
teve a oportunidade de refletir, ainda que minimamente, a respeito da
ativa participação dos povos negros na formação de nossa cultura e
identidade, a não ser por uma perspectiva europeizante. A desconstrução
do mito da democracia racial em nossa nação, que desconsidera as
desigualdades seculares que a estrutura social cria com prejuízo para os
negros, deve, segundo as próprias Diretrizes Curriculares Nacionais
para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-brasileira e Africana, ser uma das metas de qualquer
projeto que vise à abordagem das relações etnicorraciais no Brasil.
Sabemos, no entanto, que a produção de pesquisas e de projetos ligados à
temática das relações etnicorraciais tem sido crescente. Há Núcleos de
Estudos Afro-brasileiros, núcleos correlatos, linhas de pesquisa, cursos
extensão, projetos de iniciação científica, de iniciação tecnológica,
cursos lato sensu e programas strcito sensu, (re) pensando
a temática e produzindo pesquisas e conhecimento sobre a temática em
todas as regiões do Brasil. Diante dessa realidade, este GT pretende se
constituir com um painel onde serão apresentados projetos e pesquisas
que estão em andamento, em fase de conclusão ou que já foram concluídos
sobre os mais diversos temas e oriundos das diferentes áreas a respeito
de Relações Etnicorraciais, discriminação e preconceito.
GT2 RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO BÁSICA
Ms. Luciano Magela Roza (Doutorando FaE/UFMG)
O
Gt busca congregar discussões que tenham como foco a temática das
relações étnicorraciais localizadas no contexto da escola básica. Desta
forma, seu interesse relaciona-se a reflexão sobre as políticas de
diversidade voltadas para esse segmento escolar, para as experiências de
implementação das leis 10.639/03 e 11.645/2008 na
Educação Básica, para o comparecimento de temática das etnicidades em
materiais didáticos e outros suportes, para os possíveis diálogos entre
patrimônios culturais afro-diaspóricos e a escola básica e para as
propostas de Formação de Professores centradas na Educação das Relações
etnicorraciais e nas Histórias e culturas africanas e afro-diaspóricas.
GT3 EDUCAÇÃO E QUILOMBOS
Ms. Márcia Lúcia Anacleto de Souza (Doutoranda em Educação/ UNICAMP)
As
comunidades quilombolas são grupos negros organizados em torno da
ocupação de terras cuja história de posse remonta aos processos
decorrentes da escravidão. Organizados em torno do parentesco, da
ancestralidade, da dimensão coletiva da terra e da sua história de
formação, desde a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 68 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, os quilombos
contemporâneos, como também são concebidos, estão reconhecidos político e
institucionalmente. Nas últimas duas décadas a organização quilombola
ocupou o cenário nacional, encaminhando suas demandas pelo
reconhecimento da propriedade de suas terras, e também melhores
condições de vida, através da educação, saúde, saneamento básico,
alimentação, dentre outros. No campo educacional, as comunidades
quilombolas têm denunciado as escolas que frequentam e explicitado a
educação que vivenciam no seu cotidiano, baseada na tradição, na
história, no fortalecimento de suas lutas por autonomia e direitos. Nos
últimos dois anos se tornou emblemática a reivindicação das próprias
comunidades quilombolas por uma educação escolar atenta às suas
especificidades históricas, sociais e culturais. A demanda encaminhada
pelo Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação resultou
na elaboração do Parecer CNE/CEB nº. 16/2012, aprovado em junho deste
ano. No bojo dessas demandas está em questão o diálogo entre educação
quilombola e educação escolar quilombola, e a problemática das escolas
existentes e de seu papel na construção de identidades, no diálogo com a
sociedade e no reconhecimento da diversidade étnico-racial,
materializado em práticas pedagógicas, discursos, projetos e propostas
político-educacionais. Assim, este Grupo de Trabalho almeja refletir
sobre educação escolar e não-escolar construída “nas” e/ou “para as”
comunidades quilombolas, juntamente, com educadores/as e
pesquisadores/as envolvidos/as no debate teórico-metodológico sobre
educação e quilombos.
4. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL AFRO-DIASPÓRICA
ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO.
Prof.
Dr. Julvan Moreira de Oliveira (UFJF)/Profa. Dra. Eva Aparecida da
Silva (UFVJM)/Ms. Janaina Damaceno (Doutoranda em Antropologia
USP/Professora Temporária no Departamento de Educação/UFOP)
A
etnografia educacional difere de outras etnografias sobre temas que são
estudados e não se distingue em termos de seu objetivo teórico: a
cultura. Esta deve ser estudada na sua totalidade e em todas as suas
faces. Mas, embora a etnografia tenha sido tradicionalmente responsável
pelos estudos culturais de diversas comunidades, etnógrafos definem um
campo de pesquisa, estudando unicamente a religião, o parentesco, a
organização tecnológica. Neste sentido, salas de aula e escolas estão
sendo submetidas a este tipo de pesquisa etnográfica, o que torna
importante discutir sobre as áreas e problemas que estão sendo estudadas
por meio de pesquisa antropológica no campo da educação. A genuinidade
desta pesquisa não são os temas ou campos de estudo, mas a forma de se
abordar os problemas pesquisados. Estudos que observam o papel de gênero
e etnia no cotidiano escolar. Pesquisas sobre a educação das minorias, fornecendo explicações válidas sobre o fracasso escolar desproporcional de grupos como negros e índios, em escolas públicas. A ausência destes grupos étnicos na gestão e na política educacional. Em um sentido amplo, os estudos antropológicos da inculturação e aculturação, os estudos sobre socialização e educação institucionalizada e estudos psicológicos no âmbito da cognição e aprendizagem cultural e desenvolvimento das crianças e adultos. Há
também a pesquisa etnográfica na educação não-formal. As experiências
educativas presentes no interior de comunidades tradicionais
afro-brasileiras e indígenas (capoeira, jongo, escolas de samba,
comunidades quilombolas etc.).
5. AS ÁFRICAS E SUAS DIÁSPORAS NA LITERATURA
GT1. RELAÇÕES INTERCULTURAIS NAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Dra. Ana Cláudia da Silva – Doutora em Estudos Literários/ Universidade Vale do Rio Verde
As
literaturas dos países de língua oficial portuguesa no continente
africano têm sido um espaço do encontro de várias culturas, sejam de
origem africana, sejam originadas em outros continentes – Ásia, América,
Europa. Personagens de diferentes nacionalidades se encontram nos
espaços literários de contos, romances e poesias, os quais traduzem para
a arte os diálogos e embates culturais, presentes em diferentes
momentos da história dos países africanos de colonização portuguesa. No
período colonial, esses encontros manifestavam o choque entre culturas
diversas nas lutas de libertação nacionais, travada entre portugueses e
africanos. O período pós-colonial, por sua vez, é marcado inicialmente
pelas guerrilhas internas, de âmbito nacional, cujo objetivo era a
constituição do poder local nas nações recém-emancipadas. Essas lutas
estão fartamente documentadas nas literaturas, especialmente as
produzidas em Angola e Moçambique. Depois, estabelecida a paz nos
diferentes países, a literatura passa a focalizar os encontros culturais
como parte necessária do processo de construção das identidades
nacionais, o que implica tanto em diálogos entre as diferentes culturas
que convivem num mesmo país, quanto em diálogos com as culturas
contemporâneas em tempos de globalização. A literatura dos países
africanos de língua portuguesa tem sido um espaço de reflexão sobre
esses encontros culturais, bem como um importante veículo de transmissão
do patrimônio cultural africano não apenas na diáspora africana, mas
muito além de seus limites; na medida em que cresce o número de
traduções dessas literaturas, amplia-se também o seu alcance, formando
não apenas um grande número de leitores, mas também uma fortuna crítica
considerável, para a qual a colaboração de críticos brasileiros tem sido
uma constante.
GT2 INTERCONEXÕES E TRADUÇÕES: AUTORIA, GÊNERO E RAÇA NA ESCRITA FEMININA.Profa. Dra. Valeria Rosito - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Dra. Fernanda Felisberto - Pesquisadora Associada ao AFROSIN – LEAFRO (UFRRJ)
Considerando
que o mundo globalizado demanda novas categorias epistemológicas para
lidar com questões de identidade, este GT propõe o comparativismo como
abordagem metodológica privilegiada para problematizar categorias
convencionais de nação. Interessa-nos, portanto, a relativização das
literaturas e das artes “nacionais” através da releitura do cânone,
sobretudo com a incorporação de perspectivas marcadas por gênero e raça.
São benvindas as discussões teóricas que exponham a produtividade,
assim como os limites desse revisionismo estético-teórico, pelo qual se
alarga também o conceito de literatura. A construção do feminino nas
literaturas, mais
especificamente sua prática autoral, e nas artes afrodescendentes,
problemáticas tradutórias e editoriais, e trânsito intercultural são
algumas das questões circunscritas neste GT.
6. CULTURA, MEMÓRIA E TERRITORIALIDADES URBANAS E RURAIS
GT1 CORPOREIDADES AFRO-DIASPÓRICAS: CORPO E ESPAÇO NA CONSTITUIÇÃO DE TERRITORIALIDADES NEGRAS.
Ms. Ana Maria Martins Queiroz (UFMG)/ Ms. Patrício Pereira Alves de Sousa (UFMG)/
Ms. Vinicius Gomes de Aguiar (UFG)
O
GT pretende reunir resultados de reflexões que problematizam o corpo e o
espaço como dimensões importantes para a compreensão do debate
contemporâneo sobre as identidades étnico-raciais. Propomos que estas
duas dimensões, quando se interceptam e passam a constituir
corporeidades, fundamentam grande parte dos supostos de criação do par
que dá suporte à ideia de identidade: diferença e identificação. É com
este enfoque que pretendemos reunir pesquisadores e pesquisadoras para
debater o espaço e o corpo como dimensões fundamentais na composição das
identidades negras. Incorporar reflexões que revelem a corporeidade
como elemento basilar a que sujeitos negros recorrem para reclamar
identidades, criar estratégias de continuidade histórica, desenvolver
modos de usar e ocupar a terra compreendendo as dinâmicas ambientais e
formular sistemas cosmológicos. Num universo amplo de questões possíveis
de serem agregadas ao foco de debates deste GT, algumas das temáticas
privilegiadas serão: os lugares festivos de cultos afro-brasileiros, as
geografias sociais dos territórios quilombolas, as territorialidades
urbanas e rurais de coletividades negras, as paisagens emergentes de
movimentos étnico-raciais e de gênero,
as práticas de grupos negros relacionadas com o meio natural e com o as
questões socioambientais e as disputas territoriais envolvendo grupos
étnico-raciais, além de suas consequências ambientais.
7. PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL AFRO-DIASPÓRICO
GT1 MOVIMENTOS NEGROS E PATRIMÔNIO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO
William Adeodato (COMPIR- Conselho Municipal da Igualdade Racial/OP) e Solange Palazzi (Casa do Professor/OP)
Neste
Gt esperamos receber pesquisas, relatos de experiências e grupos que
por seu ativismo social, cultural, ou de qualquer outro gênero
contrinuem para a construção de país sem racismo. Interessa conhecer as
pesquisas e experiências sobre a história dos mais diversos movimentos
negros e sua atuação política. Consideramos também que os grupos
culturais tais como congadas, candombe, maracatu entre outras expressões
artísticas negras guardam o patrimônio histórico do nosso afro país e
por isso, assim como os movimentos negros, contribuem para a construção
da igualdade racial do Brasil.
GT2 INTELECTUAIS, MILITANTES E ARTISTAS NEGROS BRASILEIROS
Ms. Matheus Gato de Jesus (USP)/ Prof.Dr. Fabio Nogueira (UNEB)/Prof.Dr. Anelito de Oliveira (UNIMONTES)
Uma
das principais novidades do campo das relações raciais na última década
têm sido a ênfase nas trajetórias de intelectuais, militantes e
artistas negros brasileiros como estratégia analítica para decifrar os
meandros do racismo à brasileira. O caráter multidisciplinar destas
pesquisas às têm alocado em diversas linhas de pesquisa tais como
pensamento social brasileiro, literatura comparada, história social da
arte e da cultura brasileira além das tradicionais sociologia e
antropologia das relações raciais. Um dado que revela a abrangência e
riqueza intelectual desses interesses de pesquisa, mas também corrobora
para ausência de interlocução entre pesquisadores com interesses
teóricos e metodológicos comuns. Neste sentido, a proposta do Grupo de
Trabalho Intelectuais, Militantes e Artistas Negros pretende estreitar o
diálogo entre os analistas e corroborar para afirmação intelectual
deste campo de pesquisa no meio acadêmico brasileiro.
8. HISTÓRIA E FILOSOFIA AFRICANA E INDÍGENA
GT1 ENTRE GREGOS E EGÍPCIOS: FILOSOFIA AFRICANA, EPISTEMICÍDIO, POLIRRACIONALIDADE E PLURIVERSALIDADE
Prof. Dr. Renato Noguera (AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Ms. Rodrigo dos Santos ;(AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Alexandre de Lourdes Laudino (AFROSINLEAFRO/UFRRJ)
Prof. Dr. Renato Noguera (AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Ms. Rodrigo dos Santos ;(AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Alexandre de Lourdes Laudino (AFROSINLEAFRO/UFRRJ)
A
proposta deste GT está ligada ao enunciado do filósofo
africano-americano, Charles Mills que diz: “A filosofia é a mais branca
dentre as ciências humanas”. O problema em relação à exclusividade da
filosofia como uma atividade ocidental implica na exclusão epistêmica de
diversos povos e tradições. Nosso trabalho pretende analisar o silêncio
e a invisibilidade da produção filosófica africana, trazendo para o
debate textos egípcios, um estudo comparativo que visa apresentar a
legitimidade da filosofia africana, trazendo à luz os conceitos de
polirracionalidade e pluriversalidade como encaminhamentos que podem
combater o racismo epistêmico.
9. PRÁTICAS DISCURSIVAS, ALTERIDADES E PERFORMATIVIDADES NEGRAS
GT1 SOBRE A NECESSIDADE DE COMPREENSÃO DAS POLÍTICAS DE CONSTITUIÇÃO E INSTITUIÇÃO DAS LÍNGUAS
Profa. Dra. Djane Antonucci CORREA (Universidade Estadual de Ponta Gossa)
O
objetivo geral desta proposta é de reunir trabalhos que discutam
diversidade cultural e linguística em contextos escolares diversos e na
comunidade acadêmica. De modo mais direcionado, busca abordar questões
relacionadas à política
linguística e sua interface com ensino de língua e formação de
professores de língua. Para tanto, considera-se a necessidade de
(re)conhecer as exigências contemporâneas no que diz respeito à
necessidade de adequação dos currículos, especialmente os de formação de
professores de língua. Além disso, ressalta-se a integração das
atividades de pesquisa, extensão e ensino. Nessa direção, é
significativo observar a presença de alunos PEC-G, PEC-PG, alunos que
fazem intercâmbio, indígenas, cotistas oriundos de escolas públicas,
cotistas afro-descendentes, os quais, juntamente com os demais
acadêmicos compõem um universo rico e complexo. Por essa razão, a
compreensão dos mecanismos que configuram as politicas de constituição e
de instituição das línguas pode trazer, no seu bojo, uma visão mais
adequada das diferentes culturas e dos diversos movimentos históricos
que acompanharam, definiram e continuam a acompanhar e definir as
práticas linguísticas e culturais em seus diferentes mo(vi)mentos. Dessa
maneira, pode-se dar maior visibilidade às indagações, dificuldades e
experiências oriundas de situações sociolinguisticamente e
socioculturalmente complexas.
10. SAÚDE E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
GT1 O RACISMO INSTITUCIONAL NO CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA
Profa. Dra. Sônia Regina Corrêa Lages (UFMG)
Neste Grupo de Trabalho procuraremos desenvolver e analisar o racismo institucional no campo da saúde pública, relacionando esse campo com a implementação da Lei 9.934 de 21 de junho de 2010
que dispõe sobre a Política Municipal de Promoção da Igualdade Racial,
no campo da saúde da população negra e de comunidades quilombolas. A
relação entre raça e saúde tem sido o foco de iniciativas que tentam
construir um campo de reflexão e de intervenção denominado de Saúde da
População Negra, categoria política que denota a produção de
especificidades nas relações saúde/doença e que estão associadas a
determinando grupo demográfico. Este fato decorre do reconhecimento das
desvantagens materiais e simbólicas sofridas pelos coletivos negros, e
dos enfrentamentos do racismo no Brasil, sendo que “raça”, neste
contexto, se refere à uma ferramenta analítica que possibilita tornar
inteligíveis os mecanismos estruturais das desigualdades sociais e
também como instrumento político para o combate às desigualdades
históricas. Serão aceitas comunicações que expandam em torno desta
temática, dando centralidade às ações desenvolvidas pelas Secretarias de
Saúde e centros de saúde em prol da equidade em saúde, e, ainda,
trabalhos que enfoquem os terreiros das religiões afro-brasileira como
territórios promotores de saúde. O referido GT se justifica pela
necessidade de se discutir a prática do racismo institucional que cria a
invisibilidade das doenças, dificuldade de acesso aos serviços de
saúde, a má qualidade da atenção à saúde o que o torna um determinante
importante no perfil de adoecimento e morte de coletivos negros e
afrodescendentes. Se justifica também, pela necessidade de se conhecer e
analisar as contribuições das religiões afro-brasileiras no campo da
saúde.
11. RELIGIOSIDADES AFRICANAS E AFRO-DIASPÓRICAS
GT1 RELIGIÕES E AFRICANIDADES NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Ms. Rosenilton Silva de Oliveira (USP)/Ms. Milton Silva dos Santos (UNICAMP)
Nas
últimas décadas têm crescido o número de estudos a respeito da relação
entre religião e identidade étnico-racial, apresentando um mapa bastante
interessante da conjuntura nacional e, até mesmo, de outros países da
diáspora africana nas Américas. Mas, para além do recorte centrado
exclusivamente nas variações de culto afro-brasileiro (e, portanto,
afro-americano), o GT propõe fomentar o diálogo entre pesquisadores de
diferentes regiões, cujas propostas de trabalho (teóricas ou empíricas)
estejam articuladas às africanidades no Brasil contemporâneo, entre as
quais: religião (nas
suas mais variadas expressões: afro, católica, protestantes, islâmicas
etc.) e negritude; arte, cultura ou religiões afro-brasileiras nos
currículos e contextos escolares; mito, arquétipo e identidade em
comunidades-terreiro e outras investigações afins (concluídas ou em
andamento).
13. IDENTIDADES E RECONHECIMENTO DIASPÓRICO
GT1
MOBILIDADES CONTEMPORÂNEAS EM ÁFRICA E ENTRE ÁFRICA E BRASIL:
IDENTIDADES CULTURAIS (TRANS)FRONTEIÇAS, REDES SOCIAIS, MÍDIAS EM NOVOS
HORIZONTES
Profa. Dra. Marina Berthet (UFJF/Casa das Áfricas)/Profa. Dra. Denise Dias Barros (USP/Casa das Áfricas)
Os
fenômenos migratórios na África são conhecidos, ao mesmo tempo, por sua
profundidade histórica e pelas dinâmicas atuais que se tornaram alvo da
mídia internacional. A mobilidade na forma de migração conheceu em
diversos países um conjunto de leis, normas que visam dificultar,
impedir e mesmo criminalizar a mobilidade em grande parte dos países.
Muitas tem sido as formas de desqualificação das sociedades africanas e
daquelas formadas em sua diáspora nas Américas. Um das formas de
violência pelas quais passam os africanos é a invisibilidade ou a
redução de sua existência a negatividades (pobreza, guerra). No entanto,
a mobilidade tem contribuído ao longo dos séculos para o
desenvolvimento das sociedades humanas. Pela migração, os povos
realizaram trocas materiais e simbólicas, de bens e de idéias. Baumann
(2001) considera que as migrações contemporâneas desestabilizaram os
sentidos de lugar, considerados como espaços fixos no bojo da
estaticidade da lógica do estado-nação, portanto, elas dinamizaram as
demarcações e as separações político-geográficas territoriais,
sociocultural e simbólicas. A mobilidade de pessoas e grupos
interrogaram as fronteiras, impondo porosidades, fendas e espaços de
fluxos, e ao mesmo tempo, ações violentas para seu controle por parte
dos Estados. Instalou-se uma territorialidade móvel entre mundos
urbanos, entre urbanidade e ruralidade, e mesmo entre pessoas e grupos
de sociedades de diferentes países. Assim, essas pessoas e grupos rompem
continuamente a estática do local ou do território e (re)instalam
fronteiras permeáveis e de interação que chamamos de terrirorialização
móvel. Esta, amplia-se com as redes sociais e configura novos horizontes
e possibiidades. A mobilidade de intelectuais (estudantes e
pesquisadores) tem assumido papel relevante também no Brasil. O país
possui hoje grande número de mestrandos e doutorandos além de docentes e
pesquisadores que contribuem para o surgimento de uma maior
profundidade dos estudos e conhecimentos sobre África entre nós. Nosso
GT assume dois desafios complementares: discutir as formas de
mobilidade (para trabalho, estudo ou ainda por motivos religiosos,
politicos, conflitos, guerras ou culturais) que vivem as sociedades
africanas e criar espaços para dialogar com a produção de pesquisadores
africanos no Brasil. Esta proposta de Grupo de Trabalho convida, ainda, a
uma reflexão crítica sobre o estatuto da noção de mobilidade. Os
pesquisadores serão convidados a contribuir sobre temas como:
Mobilidade intelectual e estudantil;
Mobilidade entre cidade e campo, cidades e aldeias;
Mobilidade e religiosidade;
Comunidades conectadas em territorialidades virtuais (efeitos e implicações das TIC na vida dos migrantes);
Novas mídias e o papel das redes sociais nos movimentos migratórios;
O papel das artes na (re)criação de pertenciamentos culturais;
Identidades (trans)fronteiriças.
Quaisquer dúvidas sobre o evento deverão ser encaminhadas para o seguinte endereço: neab.ufop@gmail.com
Maiores informações: neabufop.blogspot.com
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