ONU assinala Dia
Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial esta quinta-feira;
Unesco lembra que combater o racismo é “uma questão de dignidade humana”;
organização condena práticas e políticas que excluem ou reprimem.
As Nações Unidas assinalam este 21 de março o Dia
Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. O tema deste ano é
“Mitigando e combatendo o populismo nacionalista e as ideologias
supremacistas”.
Na data, a ONU destaca que há movimentos extremistas racistas
baseados em ideologias, que buscam promover agendas populistas e nacionalistas,
que se espalham em várias partes do mundo. Estes grupos “alimentam o racismo, a
discriminação racial, a xenofobia e a intolerância, muitos visam migrantes e
refugiados, bem como pessoas de ascendência africana”.
DIREITOS HUMANOS
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura, Unesco, considera que “combater o racismo é uma
questão de dignidade humana e de construção de um mundo melhor”.
Audrey Azulay lembra que “a defesa da diversidade, da
inclusão, da não-discriminação e de uma cultura da paz e da solidariedade
sempre estiveram no cerne da missão da Unesco.”
Em mensagem especial sobre este dia, a representante alerta
que a internet pode ser um "terreno fértil" para propagar a
discriminação racial, a xenofobia e as ideologias supremacistas, "cujos
alvos são frequentemente os migrantes, os refugiados ou ainda os
afrodescendentes.”
RESOLUÇÃO
Numa resolução recente sobre a eliminação do racismo, a
Assembleia Geral das Nações Unidas reiterou que todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos, e têm o potencial de contribuir
construtivamente para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade.
O documento também enfatiza que qualquer doutrina de
superioridade racial é “cientificamente falsa, moralmente condenável,
socialmente injusta e perigosa”. Por isso, deve ser rejeitada, juntamente com
teorias que tentam determinar a existência de raças humanas separadas.
A relatora especial sobre Formas Contemporâneas de Racismo,
Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância, E. Tendayi Achiume analisou a
ameaça representada pelo populismo nacionalista aos princípios fundamentais de
direitos humanos de não-discriminação e igualdade. Recentemente, a especialista
lançou um relatório sobre o populismo nacionalista.
Ela condenou o populismo nacionalista que promove práticas e
políticas que excluem ou que reprimem, prejudicando indivíduos ou grupos com
base na sua raça, etnia, nacionalidade e religião, ou outras categorias sociais
relacionadas.
HISTÓRIA
No Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação
Racial é lembrado o 21 de março de 1960, quando a polícia abriu fogo e matou 69
pessoas numa manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, contra as
"leis de aprovação" do Apartheid.
Proclamando o Dia em 1966, a Assembleia Geral convida, todos
os anos, a comunidade internacional a redobrar seus esforços para eliminar
todas as formas de discriminação racial.
DISCRIMINAÇÃO RACIAL
De acordo com a ONU, a discriminação racial e étnica ocorre
diariamente, dificultando o progresso de milhões de pessoas em todo o mundo.
O racismo e a intolerância podem assumir várias formas, desde
negar aos indivíduos os princípios básicos da igualdade até alimentar o ódio
étnico que pode levar ao genocídio, e todos podem destruir vidas e fraturar
comunidades.
A luta contra o racismo é uma questão prioritária para a
comunidade internacional e está no centro do trabalho do Escritório do Alto
Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
FONTE: https://news.un.org/pt/story/2019/03/1665181
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