Para possibilitar a estudantes de escolas estaduais do município de Bragança, a teoria e prática da comunicação interligada a conteúdos pedagógicos, o projeto Aluno Repórter – A Imprensa na Escola Rádio e TV - está na 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar Convenções e Feira da Amazônia, em Belém. Nesta décima participação, o projeto tem um motivo muito especial para estar no evento, o Aluno Repórter completa dez anos de atividades.
O projeto que está sediado no estande da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na Feira do Livro trouxe na tarde deste sábado (2) estudantes e professores do projeto que chegaram de Bragança ao Hangar no começo da tarde, eles trouxeram para a Feira uma amostra das atividades que os estudantes supervisionados por professores desenvolvem nos estúdios da Fundação Educadora de Educação, em Bragança, parceira do Aluno Repórter.
“Nós vamos estar na Feira de hoje até segunda-feira. Estamos muito felizes em participar dessa grande festa de incentivo à leitura que é a Feira do Livro e com a oportunidade de prestar esse serviço de transmitir ao vivo notícias e entrevistas da Feira por meio da nossa radioweb”, externou o professor e radialista Roberto Amorim, da coordenação do projeto.
Os alunos do projeto Aluno Repórter na Feira do Livro representam 800 estudantes atendidos pelo projeto nos dez anos de atividades completados em abril. Este ano, o projeto acolhe 115 alunos do ensino regular e mais 80 estudantes do Projeto Mundiar, de correção da distorção idade-ano escolar.
O Aluno Repórter atende estudantes de escolas estaduais nos municípios de Bragança, Tracuateua, Augusto Correa, Viseu e Cachoeira do Piriá. Os alunos participam de oficinas audiovisuais virtuais e presenciais ministradas voluntariamente por profissionais do rádio e da TV. Em 2018, o Aluno Repórter terá a reformulação dos laboratórios de rádio e TV e da sala da coordenação do projeto.
Nos estúdios do Aluno Repórter na Feira do Livro atuam os estudantes Ana Paula Melo, 16 anos, da Escola Estadual Prof. Bolívar Bordalo da Silva; Cleison Barbosa, 18 anos, do Sistema Educativo Radiofônico de Bragança; Luís Felipe Santos Cunha, 16 anos, da Escola Professor Galvão, do Município de Augusto Corrêa, e Paulo Santos, 18 anos, da Escola Do Rocha. O dirigente da Fundação Educadora, Diego Fernando Ribeiro e Silva, integra a comitiva bragantina na Feira.
“Eu era tímida e, a partir do projeto aprendi a me expressar melhor; eu ingressei no projeto por curiosidade e estou há um ano no Aluno Repórter”, destacou a estudante Ana Paula Melo.
Estudantes e professores firmam atitude contra racismo
A Coordenadoria de Educação para a Igualdade Racial (Copir/Seduc) promoveu um debate sobre racismo aproveitando o estande da Secretaria de Educação na Feira do Livro. A programação contou com a pronunciamentos de dirigentes do Instituto Federal do Pará (IFPA) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Os técnicos das instituições foram entrevistados ao vivo pelos professores e estudantes do projeto Aluno Repórter.
A professora Helena Rocha, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) do IFPA explicou que o núcleo produz tecnologias educacionais, no caso jogos que, por meio de cooperação técnica com a Seduc, passam a ser utilizados nas escolas do Estado. Esses jogos servem para o ensino de disciplinas e transversalizam como educação sobre as relações étnico-raciais. “As diferenças assustam, e a sociedade não está preparada para lidar com nenhuma diferença. O papel da escola é fazer uma intervenção contra o racismo, mas para a intervenção dentro da sala de aula o professor tem que estar preparado. E é isso que a Copir está fazendo junto com o NEAB e outros parceiros”, afirmou a professora Helena Rocha.
A professora Lúcia Santana, do MPEG, discorreu sobre o projeto Trilha Afro-Amazônica, que conta com um roteiro no Parque Zoobotânico do Museu em que estudantes da rede pública aprendem a história do povo negro na região a partir de elementos naturais.
“A Feira do Livro é um espaço de longo alcance, de irradiação de cultura e, por isso, é um espaço estratégico para nós discutirmos a questão da igualdade racial, da promoção da política pública em prol da qualidade de vida das pessoas afro-descendentes a partir de um trabalho nas escolas”, finalizou a coordenadora da Copir, Creuza Santos.
Por Eduardo Rocha, Ascom-Seduc
Imagens: Rai Pontes
Fonte: Portal da SEDUC