Nesta
semana, o município de Acará acolheu o projeto de combate ao racismo promovido
pela Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial da
Secretaria de estado de Educação (COPIR/SEDUC). O prof. Marcos Pinheiro e o prof. Tony Vilhena foram os técnicos responsáveis pelo desenvolvimento das atividades previstas. O projeto celebra o dia 13
de maio não como aniversário da Lei Áurea, mas como Dia Nacional de
Denúncia contra o Racismo, conforme preconizam as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
O evento contou com a participação de estudantes da licenciatura
em filosofia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), que realizaram uma
visita técnica à Comunidade Quilombola de São José. Lá desenvolveram projetos
de intervenção pedagógica na escola quilombola, trabalhando temas como economia
doméstica, educação financeira, ética e filosofia para as crianças.
Na oportunidade, puderam conhecer as dinâmicas sociais (espaços de
festas, lugares religiosos, centros comunitários, etc.), as produções da
agricultura familiar (polpas de frutas, açaí, farinha, tucupí, etc.) e o
histórico de luta pela conquista do território. Tudo organizado por lideranças
da comunidade: Seu Ronaldo, Dona Clarisse, Jaque, Seu Nilton, Seu Josué, Seu
Jardson, Seu Neguinho, entre outras lideranças.
No final da visita, em homenagem à realização da Semana Integrada
de Combate ao Racismo no Marajó, realizada simultaneamente em Soure e
Salvaterra, e que neste ano tem o tema "Territorialidade
e Empoderamento Quilombola", a representação da Comunidade de São José
e os/as estudantes de filosofia da UEPA enviaram um vídeo de apoio e
solidariedade.
Outra parte da programação aconteceu na cidade do Acará, sempre
enfatizando os preparativos para se trabalhar a data 13 de maio como o Dia Nacional
de Denúncia contra o Racismo, com apoio e participação da diretora Mirtes
Monteiro. Primeiro, no Auditório da Secretaria Municipal de Educação, houve uma série de palestras, exibição de filmes e roda de
conversa sobre o racismo com professores/as e estudantes da Escola Estadual de
Ensino Médio Felipe Patroni. Foi muito enriquecedora a participação direta de
estudantes, que expressaram suas opiniões críticas e experiências sobre a
presença do racismo no Brasil e no mundo, inclusive sugerindo ações concretas
como: denúncia e punição de quem comete o crime de racismo, respeito às pessoas
que tem religião diferente, busca por autoestima, valorização da cultura negra,
etc.
O segundo momento na cidade do Acará foi a realização de um
seminário na Escola Estadual de Ensino Médio Profa. Deusalina da Cunha e Souza
Carneiro, focando em estratégias que os/as estudantes podem criar na escola
para enfrentar o racismo. Mais uma vez, estudantes listaram várias atitudes que
cada pessoa pode assumir para não reproduzir práticas racistas. Destacamos aqui
as palavras da aluna do 2º ano Auriele da Silva Marques, de 15 anos. Para ela “o
racismo é uma falta de respeito de quem julga o outro pela cor da pele, pela
forma do cabelo, pela aparência”. E continuou, “eu tenho orgulho de ser uma
jovem negra, trato todos de modo igual, independente da cor, e assim que desejo
que me tratem”.
Com o 13 de maio, as escolas têm uma data a mais para trazer à
tona a temática da igualdade racial. Pois, Consciência Negra tem que ser uma atitude diária!
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