EXPOSIÇÃO "ÁFRICA: OLHARES CURIOSOS", Hilton Silva

quinta-feira, 25 de julho de 2019

25 de julho: A visibilidade da mulher negra e a luta para romper o silêncio


A data oportuniza a discussão sobre os meios para superar a opressão histórica sobre as mulheres negras



 Pintura de  três mulheres negras de tonalidades diferentes
                       (Foto: Imagem retirada do site Vermelho)


Mesmo pertencendo a maior parcela da população, uma vez que vivemos em um país no qual temos uma maioria de negros e mulheres, as mulheres negras permanecem sendo as mais exploradas e negligenciadas socialmente. Realidade que pode ser constatada nos dados que tratam do mercado de trabalho, no mapa da violência ou na representatividade política. A frente e por trás disso, o racismo e preconceito, cada vez mais arraigados. O dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Afro-Latina, Americana e Caribenha e também Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, é uma boa oportunidade para a reflexão sobre essa situação.

No país, elas são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, 58,2% da renda das mulheres brancas. Os dados foram extraídos do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, de 2015, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Já no Estado do Rio Grande do Sul, de acordo com o último Censo, em 2010, a população negra é de 22%. Sendo esse percentual baseado na autodeclaração, a estimativa variável é que haja 17% de mulheres negras. Cabe observar que ao falar de mulheres negras, estão as mulheres pretas, pardas (de diversas miscigenações).

Quando observamos os dados de homicídios, os dados não são nada animadores. De acordo com o Atlas da Violência 2019, foram registrados 4.936 assassinatos de mulheres em 2017, sendo que 66% das vítimas é negra, morta por armas de fogo, tendo boa parte acontecido dentro de casa. Na política, dados da campanha Mulheres Negras Decidem apontam que, em 2018, dos 513 parlamentares, apenas 10 eram mulheres negras.

No mercado de trabalho, de acordo com Lucia Garcia, economista do Dieese e especialista em mercado de trabalho, em 2017, quando ultrapassávamos o período em que a crise brasileira e latina se tornou crônica, se observa que as mulheres negras voltam a enfrentar taxas de desemprego (21,1% da Força de Trabalho negra feminina) muito mais altas que as mulheres não negras (11,1%) e do que os homens não-negros (9,4%), tornando-se assim o grupo mais vulnerável ao desemprego.

“Além disso, quando obtiveram ocupações, as negras estavam em maior proporção em inserções vulneráveis, como o assalariamento ilegal (sem a CTPS assinada), 6,6% das ocupadas negras, enquanto entre as não-negras essa proporção era de 3,8%. Enclaves produtivos associados ao trabalho pesado e pouco valorizado também tradicionalmente são os lugares da mulher negra, como o emprego doméstico, que absorvia 23,4% das negras ocupadas, ao passo que apenas 11,5% da não negras. Como resultante desse quadro, a remuneração das negras tem ficado muito aquém de outros segmentos populacionais (68% do rendimento médio dos homens não negros)”, aponta.

“No período recente, as mulheres negras conheceram melhoria em sua condição no mundo do trabalho, sobretudo entre 2005 e 2014, mas tão logo o esgotamento do modelo do governo democrático-popular se apresentou, sendo substituído pelo austericídio, a condição dessa população piorou rapidamente”, conclui.

Matéria na íntegra: https://www.geledes.org.br/25-de-julho-a-visibilidade-da-mulher-negra-e-a-luta-para-romper-o-silencio/
 

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Grupo de Pesquisa GEPEEAm (UEPA) promoveu eventos destinados a Educação Especial no Campo



O Grupo de Pesquisas em Educação Especial na Amazônia (GEPEEAm) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), promoveu entre os dias 6 a 9 de junho, no hotel Princesa Louçã, o I Fórum de Educação Especial no Campo e o III Encontro Amazônico de Educação Especial, com o objetivo de divulgar o aprendizado que o Grupo vem produzindo na área no âmbito nacional, bem como promover um intercâmbio entre pesquisadores nacionais e internacionais.

Eventos destinado aos profissionais e estudantes que atuam com o público de Educação Especial no campo. A Secretaria de Estado de Educação – SEDUC esteve presente e atuante durante a programação dos fóruns, por meio das Coordenadorias da educação do Campo, Promoção da Igualdade Radical, Indígena e Especial.

A palestra de abertura na manhã da sexta-feira (07) com tema Educação Especial no Campo e as Memórias no Brasil, contou com a participação da palestrante Profa. Dra. Ivanilde Apoluceno de Oliveira (UEPA). A Secretaria de Estado de Educação – SEDUC se fez presente a mesa com a atuação dos professores Célia Sousa - Coordenadora do Campo e Felipe Linhares - Coordenador da Educação Especial.

Professores dos quilombos, São Manoel – John Cleber Sarmento Santiago e Santa Luzia do Bom Prazer do Poacê – Waldirene dos Santos Castro , território de Jambuaçu/PA estiveram presentem a convide da professora Ana Paula Cunha Fernandes, coordenadora geral dos eventos, na qualidade de representantes da Educação Escolar Quilombola, ressaltando a importância da formação específica para os profissionais em educação especial, pessoas com deficiência. A educação indígena representada pelo professor e vice-prefeito de Jacareacanga, Hans Amâncio Kabá Munduruku.







Durante o período dos eventos o público presente pôde visitar o espaço destinado a Exposição Artística, trabalhos em pintura e desenhos de estudantes com deficiência. A Especialista em Educação e fotógrafa Simone Araújo - Coordenadoria de Educação para Igualdade Racial – COPIR/SEDUC apresentou a exposição fotográfica intitulada: Vivências e Resistências às Margens do Rio Trombetas.


A exposição fotográfica buscou direcionar o olhar dos visitantes para detalhes do cotidiano, elementos da natureza, da luta política dos quilombos de Oriximiná. O titular da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) do Ministério da Educação (MEC), Bernardo Goytacazes de Araújo por meio das imagens conhecer um recorte do espaço da vida quilombola no Pará.












Texto: Simone Araújo/SEDUC/COPIR
Fotografia: Simone Araújo

terça-feira, 28 de maio de 2019

Seminário Educação para as Relações Étnico-raciais: Integração Curricular com Ênfase na BNCC.






O auditório da EEEFM Deodoro de Mendonça esteve lotado na última quarta-feira (22), cerca de 200 participantes, para o Seminário Educação para Relações Étnico-Raciais: Integração Curricular com ênfase na BNCC. Gestores, professores, técnicos em educação, discentes do curso de pedagogia, entidades do movimento social negro e representantes quilombolas, compareceram ao Seminário uma realização da Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, organizado pela Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial – COPIR.

O evento fechou a programação da Semana Educacional de Denúncia Contra o Racismo realizada no período de 13 a 17 de maio nas escolas do estado, atendendo alunos(as) do ensino fundamental ao médio com atividades direcionadas pela equipe COPIR: Tela Negra e Oficina Experimentações, Fotopoéticas e Africanidades.

O período escolhido para a Semana está em sintonia com as atividades que aludem ao dia 13 de Maio como Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. Objetivando atuar na sensibilização da sociedade para atuação de enfrentamento ao racismo, destacando a escola como Espaço Multicultural, combatendo a produção do silêncio acerca da existência do racismo na sociedade brasileira e no cotidiano escolar em ações voltadas aos professores e alunos.

A composição da mesa contou com a participação da Especialista em Educação/COPIR - Simone Araújo, representando a Secretaria de Educação do Estado, que destacou a importância do seminário. Em seguida, concluindo a composição da mesa tivemos a presença do Sr. Jorge Farias (OAB/PA), a Srª. Maria de Fátima Matos Silva (CEDENPA), e a Profª. Doutora Marilú Márcia Campelo (GEAM/UFPA).

Na sequência a Profª. Doutora Marilú Márcia Campelo proferiu a palestra intitulada Educação para as Relações Ètnico-raciais: Programas de formação de professores para  implementação da Lei 10.639/2003. Em seguida, a palestrante Profª. 


Doutora Ariana Kelly L. S. da Silva concluiu as atividades do período da manhã como sua exposição: Nossos passos vem de longe: Evolução humana e o enfrentamento do   racismo. Em continuidade, as palestras oportunizaram o diálogo entre as professoras palestrantes e os participantes do seminário, elucidando questões relacionadas a falas proferidas, bem como outras informações complementares aos temas.
No período da tarde, a programação seguiu com diálogo sobre a Educação Escolar Quilombola: Experiências e Desafios da Implantação da Modalidade no Pará - COPIR/SEDUC. Em seguida, deu-se a Roda de Conversa: O Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e os diferentes meios para sua implementação na educação básica - Experiências e práticas de professores da SEDUC.

COPIR: 20 anos, ousadias, resistências e parcerias para o enfretamento ao racismo na educação.


O momento da roda de conversa por meio das experiencias pedagógicas exitosas para implementação da Lei 10.639/2003 dos professores surgiu como forma de valorização das práticas educativas realizadas pelos servidores da rede estadual de ensino, cujos relatos foram carregados de ousadias, resistências e gratidões aos parceiros COPIR, movimento social negro, aos gestores e professores de suas respectivas escolas pelo apoio no que concerne a formação continuada e ao enfrentamento as mais variadas posturas racistas encontradas no decorrer do construto por uma educação antirracista e democrática, compreendida como direto de todos educandos da escola pública.


Professora Flora Cristine da Costa Scantlebury. Graduada em Letras com especializações na temática étnico-raciais. Atua na EEEM Pedro Amazonas Pedroso, com alunos do 1º ano – Lingua Portuguesa e 2º ano – Literatura Portuguesa. Desenvolve Projeto Somo Todos Iguais, Será? 

Ilka Joseane Pinheiro Oliveira. Professora de História e Estudos Amazônicos/SEDUC na EEEFM Coronel Sarmento (Icoaraci). Historiadora e mestre em educação pelo PPGED/UFPA e Especialista na Lei 10.639/03: Africanidades e Saberes Afro na Amazônia GEAM/UFPA. Desenvolve Projeto Brasil e África.


Professora Cláudia Peniche. Especialista Saberes Africanos, afro-amazônico e a Implementação da Lei 10.639. Atua no Instituto de Educação Estadual Do Pará. Desenvolve Projeto Consciência Negra.

Professor Vinicius Darlan Silva de Andrade. Graduado em Licenciatura em História e Especialista Saberes Africanos, afro-amazônico e a Implementação da Lei 10.639. Atua nas EEM Ademar de Vasconcelos, do município de Salvaterra, e EEFM Gasparino Batista da Silva, do município de Soure. Desenvolve Projeto Semana Integrada de Combate ao Racismo.     
                                                
Premiado, em 2015, com o 7º Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero: experiências de promoção da igualdade étnico-racial em ambiente escolar, pela execução do projeto "Semana Integrada de Combate ao Racismo", desenvolvido em parceria com a EEM Ademar de Vasconcelos, e a EEFM Gasparino Batista na Ilha do Marajó. A premiação foi na categoria "Professor de Educação Escolar Quilombola", em cerimônia promovida pelo Centro de Estudos de Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT) em São Paulo. 

Em prosseguimento com as palestras a Profª. Doutoranda Joana Carmem do Nascimento Machado encerrou os diálogos do dia com o tema foco do seminário: Educação para as Relações Ètnico-raciais: Integração Curricular com Ênfase na BNCC.

A finalização do evento transcorreu com sorteios de livros relacionados as temáticas proferidas entre os participantes. Os livros foram doados pelo GEAM/UFPA na pessoa da Profª. Doutora Marilú Márcia Campelo.

Texto: Simone Araújo – COPIR/SEDUC.
Fotos: Simone Araújo.


















Texto: Simone Araújo/SEDUC/COPIR
Fotografia: Simone Araújo




quarta-feira, 15 de maio de 2019

Seminário Educação para as Relações Étnico-raciais: Integração Curricular com Ênfase na BNCC


A Secretaria de Estado de Educação do Pará - SEDUC, através da Secretaria Adjunta de Ensino - SAEN/Coordenadoria de Educação para Promoção da igualdade racial - COPIR, em alusão ao dia 13 de maio, DIA NACIONAL DE DENÚNCIA CONTRA O RACISMO, esta realizando em escolas da rede estadual no período de 13 a 17 do corrente mês a Semana Educacional de Denúncia contra o Racismo que culminará com a realização do Seminário Educação para as Relações Étnico-raciais: Integração Curricular com Ênfase na BNCC, dia 22 de maio de 2019. O Seminário busca dialogar com Professores, Gestores e Técnicos das escolas, principais atores no processo de implementação da Resolução CNE/CP 01 de 17 de junho de 2004 e na construção de uma proposta curricular estadual que contemple a diversidade histórica e geográfica do Pará. Veja Poster e programação abaixo.









A ficha de inscrição deve ser encaminhada para o e-mail: copirseduc@gmail.com

FICHA DE INSCRIÇÃO

UNIDADE:
ESCOLA:
NOME: 
MATRICULA:
MODALIDADE/NÍVEL DE ENSINO:
DISCIPLINA:
E-MAIL  :



quarta-feira, 1 de maio de 2019

Alunos e Professores de escolas públicas assistiram ao Espetáculo “Erê” - Bando de Teatro Olodum






      A tarde de segunda-feira, dia 29 de abril/2019, foi de teatro para as alunas, alunos, professoras e professores da rede púbica da região metropolitana de Belém. A convite da Secretaria de Cultura - SECULT, a Secretaria de Educação do Estado do Pará - SEDUC, por meio da Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial – COPIR, viabilizou acompanhamento e acolhimento dos convidados acima citados das escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio para assistirem ao Espetáculo Erê no palco do Teatro da Paz, com entrada gratuita e classificação livre.

      Pela primeira vez se apresentou no Pará o Bando de Teatro Olodum. Inicialmente para um público de 336 convidados entre alunas(os) e professoras(es), contemplando as escolas: EEEFM JOAQUIM VIANA (45), EEIEFM ESPECIAL BRIGADEIRO FONTENELLE (100), EEEM ALEXANDRE ZACARIAS DE ASSUNCAO (50), EEEFM WALDEMAR HENRIQUE – CAIC (30), EEEF PROFESSORA MARLUCE PACHECO DIAS (48) e EEEFM MANOEL LEITE CARNEIRO (63).

                            






     A atividade se insere no campo educacional por meio da pauta de políticas afirmativas do governo federal, Lei 10.639/03 e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo da educação básica.   
     A peça tem concepção geral do ator Lázaro Ramos, ator convidado Rui Manthur, direção de Fernanda Júlia e Zebrinha (que também assina a coreografia), dramaturgia de Daniel Arcades e produção de Fábio de Sntana, direção musical de Jarbas Binttencourt, serviço de acessibilidade comunicacional de Iracema Vilaronga e Ednaldo Gonçalves.
     O espetáculo foi montado em 2015 para celebrar os 25 anos de criação do Bando de Teatro Olodum, como ato de denúncia das chacinas, do genocídio da juventude, em diversos lugares do Brasil. Segundo Fábio Santana (produtor)  a circulação do espetáculo possibilita a oportunidade de ouvir novas vozes contra a violência e de sensibilizar outras mentes para a busca de soluções, considerando diversos espaços sociais como o teatro e as escolas com vistas a combater ao racismo e a toda sorte de discriminações. 






    O diretor Antônio Carlos da EEEFM Joaquim Viana De Ananindeua, ressaltou a importância de os alunos participarem do espetáculo seguido de roda de conversa com os atores em cena, o qual destacou ser um momento ímpar, em que os alunos não serão mais os mesmos após a visita ao teatro. Da atuação da COPIR/SAEN/SEDUC como coordenadoria voltada a formação continuada destinada aos professores e atividades com os alunos direcionadas a temática da diversidade, ações que ajudam a implementação da discussão do racismo no currículo escolar, destacou suas contribuições na área. Finalizou sua fala com agradecimento expressivo junto à Secretaria de Educação, em especial a secretária Professora Leila Freire.







      Para o aluno Vinícius da escola acima citada, quanto ao espetáculo diz: no início essa apresentação já tocava na gente, pois ela mostrava essencialmente como os negros sofrem na sociedade, principalmente na questão da violência...mostra a parte mais dura, a parte mais difícil do que é ser negro nessa sociedade, a opressão, não só a opressão mais também... a nossa vontade de querer ser escutado. Então o conjunto dessa obra me fez pensar por que não pensar a sociedade de forma contrária, além de ódio por que não pregamos o amor?...é isso que eu quero fazer, quero sair daqui com base nesse espetáculo e levar o amor.
                               

                                

         

          


Texto: Simone Araújo/SEDUC/COPIR

Fotografia: Sandro Barbosa